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"Infraestrutura sofre no aperto fiscal", diz diretora do BNDES

Sem conseguir avançar em infraestrutura básica, o Brasil deve ter ainda mais dificuldade em avançar na infraestrutura sustentável

BNDES: "Se não vierem recursos, o que vai se fazer é a infraestrutura do século passado", diz Marilene (BNDES/Divulgação)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 31 de agosto de 2017 às 18h12.

Rio - O Brasil investe hoje menos de 2% do Produto Interno Bruto ( PIB ) em infraestrutura , muito abaixo do porcentual ideal para desenvolver o setor (5%) e isso é reflexo do contexto fiscal, afirmou nesta quinta-feira, 31, a diretora de Infraestrutura do BNDES , Marilene Ramos.

"Na hora do aperto fiscal a primeira coisa que sofre é o investimento em infraestrutura", disse durante o evento InfraInvest, organizado pelo BID, o BNDES e a FGV, no Rio, que debate investimentos em infraestrutura sustentável.

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Marilene avalia que o grande desafio na infraestrutura é fazer bons projetos, ter planejamento e saber como investir.

Ela admitiu que falhas nesses pontos levaram a "grandes derrotas" do setor público e privado em investimentos recentes em infraestrutura.

Ela citou os exemplos de projetos do PAC que ficaram pelo caminho e concessões como as de aeroportos, que acabaram tendo problemas por conta de "modelagens muito otimistas".

Sem conseguir avançar em infraestrutura básica, o País deve ter ainda mais dificuldade em avançar na infraestrutura sustentável.

Nesse segmento, as prioridades segundo ela são eficiência energética e perda de água. "E não entendemos porque há tão baixa demanda mesmo dispondo de linhas de financiamento atrativas", disse.

Em relação à preservação da Amazônia, Marilene criticou a visão global de que essa é uma responsabilidade apenas do Brasil.

"O mundo tem que acordar. Se não vierem recursos, o que vai se fazer é a infraestrutura do século passado, que não vai dar conta da preservação", comentou.

Marilene destacou ainda que em um contexto em que o BNDES vai financiar com juros de mercado, via TLP, é preciso ter alternativas nesse tipo de financiamento sustentável.

"Achamos que se não tivermos linhas auxiliares com condições mais atrativas dificilmente programas de reflorestamento vão decolar", exemplificou.

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