Economia

Inflação sobe mesmo com preços de Habitação desacelerados

Já o conjunto de preços de Habitação desacelerou, mas foi insuficiente para permitir uma redução de velocidade significativa do indicador, segundo o economista


	Inflação: na terceira quadrissemana - últimos 30 dias terminados na sexta-feira, 23 -, o grupo Alimentação acelerou para 1,18%, após 0,98%, e o de Transportes atingiu 1,23%, ante 0,89%, enquanto Habitação desacelerou para 0,59% na comparação com 0,87% na segunda medição
 (Arquivo/Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Inflação: na terceira quadrissemana - últimos 30 dias terminados na sexta-feira, 23 -, o grupo Alimentação acelerou para 1,18%, após 0,98%, e o de Transportes atingiu 1,23%, ante 0,89%, enquanto Habitação desacelerou para 0,59% na comparação com 0,87% na segunda medição (Arquivo/Marcelo Camargo/Agência Brasil)

DR

Da Redação

Publicado em 27 de outubro de 2015 às 13h46.

São Paulo - A inflação da terceira leitura do mês na capital paulista, de 0,88% (ante 0,89%), foi pressionada principalmente pelo avanço dos grupos Alimentação e Transportes, avaliou nesta terça-feira, 27, o coordenador do Índice de Preços ao Consumidor (IPC) da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), André Chagas.

Já o conjunto de preços de Habitação desacelerou, mas foi insuficiente para permitir uma redução de velocidade significativa do indicador, segundo o economista.

A tendência, segundo ele, é que os grupos Alimentação e Transportes continuem pesando sobre o resultado final do IPC de outubro, cuja previsão foi revisada hoje de 0,85% para 0,87%.

Além da influência dessas duas classes de despesa, Habitação também deve limitar um arrefecimento do IPC fechado do mês, por causa de novas pressões em serviços de telefonia e TV a cabo, adiantou Chagas. Em setembro, a inflação na cidade de São Paulo foi de 0,66%.

Na terceira quadrissemana - últimos 30 dias terminados na sexta-feira, 23 -, o grupo Alimentação acelerou para 1,18%, após 0,98%, e o de Transportes atingiu 1,23%, ante 0,89%, enquanto Habitação desacelerou para 0,59% na comparação com 0,87% na segunda medição.

"O grupo Habitação ditou o ritmo da inflação ao longo do ano, principalmente por causa do encarecimento de energia. Passou a perder fôlego, e pode fechar o mês em 0,37% (1,38% em setembro).

É uma desaceleração importante. Por outro lado, a alta de 1,18% em Alimentação mais do que compensou o resultado em Habitação", afirmou.

A inflação em Alimentação no IPC da terceira quadrissemana foi motivada especialmente pelas taxas mais elevadas nos subgrupos de industrializados (de 0,71% para 0,93%) e in natura (de 0,21% para 0,96%), afirmou Chagas.

No primeiro caso, o professor citou como exemplo a variação de 1,47% dos derivados do leite, de 1,16% dos panificados e de 1,28% em óleo de soja, que seguem refletindo os efeitos da depreciação cambial.

Já o azeite de oliva, que sente com mais força o impacto da desvalorização do câmbio, ficou 3,47% mais caro (ante 1,95%), disse Chagas.

Já no subgrupo de in natura, a pressão veio, segundo o economista da Fipe, em grande medida da alta de 3,40% registrada em frutas e de 1,95% em legumes.

"Os únicos a ajudar a segurar a alta do grupo são ovos, com queda de 2,02%, e os tubérculos, com recuo de 9,24%, puxados pela deflação de 25,21% da cebola", avaliou, completando que os semielaborados praticamente ficaram inalterados, em 1,77%, ante 1,79% na segunda leitura do mês.

"Neste caso, carne bovina (0,08%) está ajudando, apesar das altas em aves (8,60%), frango (8,78%) e carne suína (6,17%)", considerou.

A expectativa da Fipe é que o grupo Alimentação feche outubro com alta de 1,19%, na comparação com queda de 0,04% em setembro.

"É uma variação parecida com a da terceira quadrissemana (1,18%), mas pode ser que seja maior. Os industrializados são um vetor de alta, assim como os in natura. Em semielaborados, a carne bovina deve continuar contribuindo para limitar um pouco o avanço", considerou.

Acompanhe tudo sobre:EstatísticasFipeIndicadores econômicosInflaçãoIPC

Mais de Economia

Acelerada pela Nvidia, Google — e agora Amazon —, startup quer inovar no crédito para PMEs

Cigarro mais caro deve pressionar inflação de 2024, informa Ministério da Fazenda

Fazenda eleva projeção de PIB de 2024 para 3,2%; expectativa para inflação também sobe, para 4,25%

Alckmin: empresas já podem solicitar à Receita Federal benefício da depreciação acelerada