Economia

Inflação retira R$ 44,7 bilhões do comércio brasileiro

Estudo foi feito pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC)

Pesquisa avalia aderência do comércio de São Paulo ao ESG  (Lucas Landau/File Photo/Reuters)

Pesquisa avalia aderência do comércio de São Paulo ao ESG (Lucas Landau/File Photo/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 24 de novembro de 2021 às 18h49.

Após um ano parada na pandemia, a diarista Cláudia de Jesus Melo Silva acreditava que, com a volta das faxinas, conseguiria neste fim de ano trocar a TV por uma maior, de 40 polegadas. Também planejava comprar uma fritadeira elétrica. Mas a inflação devorou seus sonhos de consumo.

Mãe de cinco filhos, ela e o marido, que faz bico de pintura, somam cerca de R$ 2 mil por mês. Pouco sobra para gastos além do básico.

O aperto inesperado provocado pela disparada da inflação pelo qual a família de Cláudia e milhões de outras passam afeta o mais importante trimestre do ano para o varejo, o da Black Friday e do Natal. A piora em inflação, juros e renda deve retirar R$ 44,7 bilhões das vendas no período em relação ao cenário mais favorável projetado no começo do ano. É o que revela estudo feito, a pedido do Estadão, pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).

"A inflação e o remédio para combatê-la, o aumento dos juros, compõem um cenário de quarto trimestre preocupante para o varejo", diz o economista-chefe da CNC e responsável pelo estudo Fabio Bentes.

Em janeiro, quando o mercado esperava inflação de 3,32% no ano e juros básicos de 3,25% (Boletim Focus do Banco Central), e o economista projetava juros ao consumidor de 40,8% ao ano e aumento real de 2,4% na renda, a expectativa do comércio era faturar R$ 792 bilhões entre outubro e dezembro (4,4% a mais do que igual período de 2020).

Com inflação beirando dois dígitos (9,80%), Selic a 9,25% (projeção para o ano), juros do crediário em 44% ao ano e queda real de 1,9% na renda, o economista calcula que a receita recue a R$ 747,3 bilhões (1,5% menor do que no último trimestre de 2020).

yt thumbnail
Acompanhe tudo sobre:Comércioeconomia-brasileiraInflação

Mais de Economia

Oi recebe proposta de empresa de tecnologia para venda de ativos de TV por assinatura

Em discurso de despedida, Pacheco diz não ter planos de ser ministro de Lula em 2025

Economia com pacote fiscal caiu até R$ 20 bilhões, estima Maílson da Nóbrega

Reforma tributária beneficia indústria, mas exceções e Custo Brasil limitam impacto, avalia o setor