Idosa faz compras em supermercado (Imageegaml/Thinkstock)
João Pedro Caleiro
Publicado em 8 de agosto de 2018 às 09h01.
Última atualização em 8 de agosto de 2018 às 10h27.
São Paulo - A inflação no Brasil foi de 0,33% em julho, informou nesta quarta-feira (08) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A taxa caiu em relação aos 1,26% registrados em junho, mas supera o 0,24% de julho do ano passado.
"O valor veio acima da projeção mediana do mercado para o mês, que era de 0,26%, e sugere que a desinflação pós-greve dos caminhoneiros talvez não tenha sido tão forte", escreve Andre Perfeito, economista-chefe da corretora Spinelli.
A inflação acumulada no ano até agora é mais que o dobro (2,94%) daquela registrada no mesmo período de 2017 (1,43%).
Com isso, o acumulado em 12 meses ficou em 4,48%, já próximo da meta de inflação para o ano que é de 4,5% com tolerância de dois pontos percentuais para baixo (2,5%) ou para cima (6%).
A energia elétrica subiu 5,33% no mês, menos do que em junho (7,93%) mas ainda assim suficiente para tornar este o principal item de pressão no índice, responsável por 0,20 ponto percentual da taxa final.
O motivo foi a continuidade da bandeira tarifária vermelha patamar 2, que adiciona R$0,05 por kwh consumido na conta, além de reajustes em Porto Alegre, Curitiba, Brasília e São Paulo.
Já os Transportes desaceleraram de junho para julho, refletindo uma queda de 1,80% no preço dos combustíveis após a greve dos caminhoneiros.
A gasolina foi de alta de 5% em junho para uma queda de 1,01% em julho, enquanto o etanol teve uma virada ainda maior, de 4,22% em junho para -5,48% em julho.
Outro grupo onde houve uma virada de preços após o fim da greve foi Alimentação e Bebidas, de longe o com mais importância no orçamento das famílias.
Em junho, o grupo teve a maior alta dos últimos 29 meses, subindo 2,03%. Mas em julho, teve queda de 0,12% nos preços.
"Esperava um recuo mais significativo dos alimentos em julho, mas faz sentido não cair tanto uma vez que a dinâmica de preços de alimentos tende a não ser tão benigna como no passado recente", diz Perfeito.
Entre as principais quedas estão produtos como cebola (de 1,42% em junho para -33,50% em julho), tomate (de 0,94% para -27,65%), frutas (de 1,61% para -5,55%) e carnes (de 4,60% para -1,27%)
Outros grupos que tiveram deflação em julho foram Vestuário (0,6%) e Educação (-0,08%). Em Saúde e cuidados pessoais houve desaceleração de 0,37% em junho para 0,07% em julho.
Grupo | Variação junho, em % | Variação julho, em % |
---|---|---|
Índice Geral | 1,26 | 0,33 |
Alimentação e Bebidas | 2,03 | -0,12 |
Habitação | 2,48 | 1,54 |
Artigos de Residência | 0,34 | 0,47 |
Vestuário | -0,16 | -0,6 |
Transportes | 1,58 | 0,49 |
Saúde e cuidados pessoais | 0,37 | 0,07 |
Despesas pessoais | 0,33 | 0,31 |
Educação | 0,02 | -0,08 |
Comunicação | 0,00 | 0,08 |
Grupo | Impacto junho, em p.p. | Impacto julho, em p.p. |
---|---|---|
Índice Geral | 1,26 | 0,33 |
Alimentação e Bebidas | 0,50 | -0,03 |
Habitação | 0,39 | 0,24 |
Artigos de Residência | 0,01 | 0,02 |
Vestuário | -0,01 | -0,03 |
Transportes | 0,29 | 0,09 |
Saúde e cuidados pessoais | 0,04 | 0,01 |
Despesas pessoais | 0,04 | 0,03 |
Educação | 0,00 | 0,00 |
Comunicação | 0,01 | 0,00 |