Economia

Inflação cai para 0,14% em abril e entra na meta, segundo IBGE

A inflação anualizada não era tão baixa há quase uma década: em julho de 2007, essa taxa ficou em 3,74%

Consumidor olha produtos em feira; comércio (Getty Images)

Consumidor olha produtos em feira; comércio (Getty Images)

João Pedro Caleiro

João Pedro Caleiro

Publicado em 10 de maio de 2017 às 09h05.

Última atualização em 26 de julho de 2017 às 19h16.

São Paulo - A inflação no Brasil, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), foi de 0,14% em abril.

O acumulado dos últimos 12 meses ficou em 4,08%, já abaixo do centro da meta do governo, que é de 4,5% com tolerância de 1,5 ponto percentual para cima (6%) ou para baixo (3%).

A inflação anualizada não era tão baixa há quase uma década: em julho de 2007, essa taxa ficou em 3,74%.

Os números foram divulgados na manhã desta quarta-feira (09) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A inflação de abril caiu em relação a março, quando registrou 0,25%, e em relação a abril do ano passado, quando ficou em 0,61%.

Nos quatro primeiros meses de 2017, o IPCA acumula 1,10%, bem abaixo dos 3,25% registrados no mesmo período de 2016.

Grupos

Um dos itens que derrubaram a inflação em abril foi a queda de 6,39% nas contas de energia elétrica, que sozinha, teve impacto negativo de 0,22 ponto percentual na taxa final.

Isso foi resultado, em parte, de uma decisão da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) de que consumidores deveriam ser ressarcidos por uma cobrança indevida de encargo da usina de Angra III.

O grupo Habitação, que inclui as contas de energia, caiu de 1,18% em março para -1,09% em abril.

Já os combustíveis caíram 1,95% puxados tanto por gasolina (-1,75%) quanto pelo etanol (-3,33%).

Como esses itens respondem por 5% da despesa das famílias, impactaram o IPCA para baixo em 0,10 ponto percentual.

Mas ainda assim o grupo Transportes caiu menos do que em março (de -0,86% para -0,06%) em parte por causa de pressões dos itens passagens aéreas (15,48%) e ônibus urbanos (0,69%).

Alimentação e Bebidas, de longe o grupo com maior peso no índice, subiu de 0,34% em março para 0,58% em abril.

As maiores altas mensais foram nos produtos tomate (29,02%), batata-inglesa (20,81%) e cebola (6,03%). O feijão-preto teve a maior queda: 8,29%.

O grupo Saúde e Cuidados Pessoais foi de 0,69% em março para 1% em abril puxado por uma alta de 1,93% nos medicamentos que sozinha, impactou o IPCA para cima em 0,07 ponto percentual.

GrupoVariação março, em %Variação abril, em %
Índice Geral0,250,14
Alimentação e Bebidas0,340,58
Habitação1,181,09
Artigos de Residência-0,29-0,28
Vestuário-0,120,48
Transportes-0,86-0,06
Saúde e cuidados pessoais0,691,00
Despesas pessoais0,520,09
Educação0,950,03
Comunicação-0,630,55

 

GrupoImpacto março, em p.p.Impacto abril, em p.p.
Índice Geral0,250,14
Alimentação e Bebidas0,090,15
Habitação0,18-0,17
Artigos de Residência-0,01-0,01
Vestuário-0,010,03
Transportes-0,16-0,01
Saúde e cuidados pessoais0,080,12
Despesas pessoais0,060,01
Educação0,040,00
Comunicação-0,020,02

O Boletim Focus, divulgado semanalmente pelo Banco Central com as expectativas econômicas do mercado, mostrou sinais divergentes na edição da última segunda-feira (08).

A projeção do IPCA em 2017 caiu pela nona semana consecutiva, de 4,03% para 4,01%, enquanto a perspectiva para 2018 subiu pela primeira vez em quatro semanas, indo de 4,3% para 4,39%.

Os economistas continuam vendo ao final deste mês um novo corte de 1 ponto percentual nos juros, atualmente em 11,25%.

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