Economia

Inflação: apesar de aceleração, ainda não há pressão de demanda, diz IBGE

Preços dos serviços desaceleraram, mas inflação total teve o maior aumento para março desde 2015, de 0,75%

Os maiores aumentos foram nos segmentos de alimentação e bebidas e transportes (Dário Oliveira/Estadão Conteúdo)

Os maiores aumentos foram nos segmentos de alimentação e bebidas e transportes (Dário Oliveira/Estadão Conteúdo)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 10 de abril de 2019 às 13h33.

Rio de Janeiro — Apesar da alta de 0,75% no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em março, ainda não há pressão de demanda sobre a inflação oficial no País, avaliou Fernando Gonçalves, gerente do Sistema Nacional de Índices de Preços do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Dentro do IPCA, a inflação de serviços — que tem componente forte da demanda — desacelerou de 0,39% em fevereiro para 0,32% em março. A taxa acumulada em 12 meses pelos serviços saiu de 3,35% para 3,59% no período, considerado um patamar ainda "comportado" pelo pesquisador do IBGE. No entanto, a taxa que considera apenas bens e serviços acelerou de 0,29% em fevereiro para 0,75% em março, levando a taxa acumulada em 12 meses de 5,77% para 6,32% no período.

A taxa acumulada pelo IPCA — a taxa de inflação oficial, que considera todos os tipos de gastos — foi de 4,58% em 12 meses, superando o centro da meta.

Todos os grupos pesquisados no IPCA subiram de preço, exceto Comunicação (-0,22%). Mas os maiores vilões da alta foram os segmentos de Alimentação e bebidas e de Transportes. Com avanços de 1,37% e 1,44%, respectivamente, os dois grupos responderam por 80% do índice do mês. No primeiro grupo, os destaques foram tomate (31,84%), batata-inglesa (21,11%), feijão-carioca (12,93%) e frutas (4,26%).

"Não teve aumento de demanda, a demanda ainda está contraída. As pessoas ainda estão tímidas em relação a consumo. O mercado de trabalho tem aumento na desocupação, aumento no desalento. Isso tudo contribui para que famílias empreguem seus rendimentos no que é mais essencial, como alimentação, habitação... O que não é essencial acabam não consumindo: uma roupa que pode comprar depois, um cinema que pode postergar, jantar fora", justificou Gonçalves.

 

Acompanhe tudo sobre:InflaçãoIPCASupermercados

Mais de Economia

Governo sobe previsão de déficit de 2024 para R$ 28,8 bi, com gastos de INSS e BPC acima do previsto

Lula afirma ter interesse em conversar com China sobre projeto Novas Rotas da Seda

Lula diz que ainda vai decidir nome de sucessor de Campos Neto para o BC

Banco Central aprimora regras de segurança do Pix; veja o que muda

Mais na Exame