Economia

Inflação ao consumidor nos EUA atinge maior patamar em 13 anos

O índice de preços ao consumidor subiu 0,9% no mês passado. No acumulado de 12 meses até junho, o índice apresentou alta de 5,4%

Alta dos preços ao consumidor nos EUA acelera em junho (Bloomberg / Colaborador/Getty Images)

Alta dos preços ao consumidor nos EUA acelera em junho (Bloomberg / Colaborador/Getty Images)

R

Reuters

Publicado em 13 de julho de 2021 às 10h07.

Última atualização em 13 de julho de 2021 às 10h11.

Os preços ao consumidor nos Estados Unidos subiram ao maior patamar em 13 anos em junho em meio a restrições de oferta e uma recuperação contínua nos custos de serviços relacionados a viagens, à medida que a recuperação econômica ganhava ímpeto.

  • Juros, dólar, inflação, BC, Selic. Entenda todos os termos da economia. Assine a EXAME

O índice de preços ao consumidor subiu 0,9% no mês passado, o maior ganho desde junho de 2008, após avançar 0,6% em maio, informou o Departamento do Trabalho nesta terça-feira.

No acumulado de 12 meses até junho, o índice apresentou alta de 5,4%. Essa foi a maior alta desde agosto de 2008 e seguiu um aumento de 5,0% nos 12 meses até maio. Excluindo os componentes voláteis de alimentos e energia, o índice de preços ao consumidor acelerou 0,9%, após alta de 0,7% em maio.

O chamado núcleo do índice subiu 4,5% em relação ao ano anterior, a maior alta desde novembro de 1991, após subir 3,8% em maio. As taxas de inflação anuais foram impulsionadas pela queda das leituras fracas do ano passado do cálculo do índice. Esses efeitos de base de comparação estão se estabilizando.

Economistas consultados pela Reuters previam alta de 0,5% no índice geral de preços ao consumidor e de 0,4% no núcleo do índice.

Vacinações contra Covid-19, taxas de juros baixas e quase 6 trilhões de dólares em ajuda governamental desde o início da pandemia nos EUA, em março de 2020, estão alimentando a demanda, sobrecarregando a cadeia de suprimentos e aumentando os preços na economia.

A escassez global de semicondutores prejudicou a produção de veículos, elevando os preços de carros e caminhões usados - o principal fator da inflação nos últimos meses.

Embora a inflação provavelmente tenha atingido seu pico, espera-se que ela permaneça elevada durante parte de 2022, já que os preços de muitos serviços relacionados a viagens ainda estão abaixo dos níveis pré-pandemia.

"O ritmo da recuperação econômica pode desacelerar um pouco nos próximos meses e a inflação pode diminuir dos níveis recentes muito elevados", disse David Kelly, estrategista-chefe global do JPMorgan Funds em Nova York. "No entanto, a economia ainda parece destinada a alcançar uma recuperação bastante completa nos próximos meses, com bastante excesso de demanda para sustentar uma inflação mais forte."

O chair do Federal Reserve, Jerome Powell, afirmou repetidamente que uma inflação mais alta será transitória, observando que ele espera que as cadeias de abastecimento se normalizem e se adaptem. A secretária do Tesouro, Janet Yellen, também compartilha dessa opinião.

A ata da reunião de política monetária do banco central dos EUA de 15 a 16 de junho, publicada na semana passada, mostrou que "uma maioria substancial" das autoridades vê os riscos de inflação "inclinados para cima", e o Fed como um todo sente que precisa estar preparado para agir caso esses riscos se materializem.

Acompanhe tudo sobre:Estados Unidos (EUA)Inflação

Mais de Economia

Reforma tributária: videocast debate os efeitos da regulamentação para o agronegócio

Análise: O pacote fiscal passou. Mas ficou o mal-estar

Amazon, Huawei, Samsung: quais são as 10 empresas que mais investem em política industrial no mundo?

Economia de baixa altitude: China lidera com inovação