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Inflação de março cai para 0,43% e acumula 9,39% em 12 meses

Inflação desacelera mas continua acima da meta do governo para 2017, que é de 4,5% com 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo

Supermercado em São Paulo: inflação segue acima do teto da meta no acumulado (Germano Lüders / EXAME)

João Pedro Caleiro

Publicado em 8 de abril de 2016 às 10h23.

Última atualização em 26 de julho de 2017 às 19h17.

São Paulo - A inflação no Brasil, medida pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), foi de 0,43% em março, informou hoje o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

A taxa caiu pela metade em relação a fevereiro (0,90%), não era tão baixa desde julho de 2015 (0,22%) e ficou bem abaixo também de março do ano passado (1,32%).

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Com isso, o acumulado em 12 meses está em 9,39%, uma desaceleração em relação aos 10,36% nos 12 meses imediatamente anteriores.

A taxa anualizada não ficava abaixo dos dois dígitos desde outubro, mas segue bem acima da meta do governo, que é de 4,5% com dois pontos porcentuais de tolerância para cima ou para baixo.

Razões

Em evento do Itaú realizado ontem, o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, deu algumas razões pelas quais acredita em uma trajetória de queda para a inflação.

Entre elas estão a profundidade da recessão, que contém a demanda, e a estabilização dos reajustes de preços administrados, que foram uma das maiores presões em 2015.

A estabilização do câmbio também ajuda. A última previsão do Boletim Focus, divulgada na segunda, reviu sua projeção para o IPCA de 7,31% para 7,28% no final de 2016.

Ilan Goldfajn, economista-chefe do Itaú Unibanco, disse ontem que o banco esperava uma alta de 0,45% em março com 6,9% no acumulado do ano.

Ele diz que a inflação "pode surpreender e cair ainda mais", abrindo espaço até para um possível corte da Selic mais para o final do ano. O risco de pressões para cima vem do descontrole do gasto público.

Grupos

Só dois grupos aceleraram em março, entre eles Vestuário. Alimentação e Bebidas, com 25% de peso do índice, acelerou de 1,06% em fevereiro para 1,24% em março e dominou o IPCA do mês, com impacto de 0,32 ponto percentual no número final.

Alguns itens se destacaram, como cenoura e manteiga, com altas de 14% cada. As frutas subiram 8,91% no mês e tiveram sozinhas um impacto de 0,10 no IPCA.

Habitação, pelo contrário, aprofundou sua influência na queda do índice: passou de -0,15% em fevereiro para -0,64% em março e comeu 0,10 ponto percentual do número final.

Isso foi resultado da diminuição das contas de energia elétrica em todas as regiões devido a menores alíquotas de PIS/COFINS e redução na cobrança extra da bandeira tarifária.

Educação, que havia experimentado uma alta forte de 5,9% em fevereiro com os reajustes de mensalidade, teve uma alta bem mais modesta: 0,63%.

Comunicação passou de alta em fevereiro (0,66%) para queda em março (-1,65%) graças a reduções de 2,71% no celular e de 2,89% no fixo.

GrupoVariação FevereiroVariação Março
Índice Geral0,90%0,43%
Alimentação e Bebidas1,06%1,24%
Habitação-0,15%-0,64%
Artigos de Residência1,01%0,70%
Vestuário0,24%0,69%
Transportes0,62%0,16%
Saúde e cuidados pessoais0,94%0,78%
Despesas pessoais0,77%0,60%
Educação5,90%0,63%
Comunicação0,66%-1,65%

.

GrupoImpacto Fevereiro (p.p.)Impacto Março (p.p.)
Índice Geral0,900,43
Alimentação e Bebidas0,270,32
Habitação-0,02-0,10
Artigos de Residência0,040,03
Vestuário0,010,04
Transportes0,110,03
Saúde e cuidados pessoais0,110,08
Despesas pessoais0,080,06
Educação0,270,03
Comunicação0,03-0,06

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