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Industriais estão mais satisfeitos com negócios, diz FGV

Sondagem com empresários mostra que indústria de transformação segue tendência de reaquecimento e já superou ajuste de estoques

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h31.

Os empresários da indústria de transformação estão mais otimistas com o cenário atual da economia, de acordo com pesquisa realizada com 933 empresas entre os dias 31 de março e 25 de abril. A 159ª Sondagem Conjuntural da Indústria de Transformação mostrou que as condições de demanda e situação dos negócios são mais favoráveis hoje do que em abril de 2005, na opinião dos entrevistados.

Do total de consultados, 18% consideraram que a demanda atual é forte, enquanto 16% classificaram o nível como fraco. A diferença de 2 pontos percentuais é maior do que a registrada no mesmo período do ano passado, quando ficou negativa em 1 ponto percentual, ou seja, a expectativa por uma demanda fraca superou a forte. Na média história dos últimos dez anos para o mês de abril, a diferença é negativa em 4 pontos.

O nível de estoques foi avaliado como insuficiente por 4% dos empresários, e como excessivo por 9% deles. A diferença negativa entre as duas respostas, de 5 pontos percentuais, ficou abaixo da de 8 pontos percentuais apurada em abril de 2005, mas mostra uma recuperação da indústria em relação ao fim do ano passado. "O processo de ajuste de estoques iniciado pela indústria em meados do segundo semestre de 2005 chegou ao fim", afirmou a FGV.

Com análises positivas da demanda e dos estoques, os empresários mostraram  uma percepção mais otimista dos negócios desde janeiro de 2005. A parcela dos que consideram a situação boa subiu de 21%, há um ano, para 27%. Já a quantidade daqueles que julgam que as condições de negócios são fracas teve leve crescimento, na comparação com abril de 2005: de 19% para 20% na última sondagem. O saldo ficou acima dos apurados nas últimas quatro sondagens.

O nível médio de utilização da capacidade da indústria, por sua vez, mostrou ligeira redução no ano, saindo de 83,6% em janeiro para 83,2% em abril.

De acordo com a FGV, os resultados apontam que "em abril de 2006, a indústria segue a tendência de reaquecimento iniciada em janeiro", e "retratam um quadro semelhante ao do mesmo período do ano passado, de crescimento moderado da produção".

Perspectivas

Quando analisados os próximos três meses, no entanto, os empresários se mostram  mais cautelosos. Cinqüenta e um por cento dos entrevistados disseram que a demanda por produtos industriais deve aumentar, enquanto a previsão de 11% foi de queda. A diferença de 40 pontos percentuais ficou abaixo da apresentada em abril do ano passado, de 44 pontos percentuais.

No fronte interno, 53% das empresas esperam que a procura pelos produtos deve crescer, e 10% acreditam em redução. A análise da demanda externa apontou 41% confiantes em aumento da demanda, enquanto 14% disseram prever redução.

Quanto à produção, 54% das empresas pensam em expansão e 17% em contenção. Vinte e sete por cento pretendem contratar, mas 17% acreditam que demitirão pessoal nestes próximos três meses.

Em um horizonte mais distante, considerados os próximos seis meses, a perspectiva apurada foi de maior confiança. Para 55% dos entrevistados, a situação dos negócios deve melhorar entre abril e setembro. O número de empresários que apostam em piora da situação ficou em 10% - a diferença entre as respostas positivas e negativas foi a maior desde janeiro de 2005 e ficou acima da média histórica para esse período, de 41 pontos percentuais.

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