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Indústria vai continuar crescendo de forma saudável

Economista do IEDI espera continuidade na expansão da atividade industrial sem risco de pressão inflacionária

Setor de bens duráveis, como os da linha branca vão impulsionar crescimento da indústria (.)
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Da Redação

Publicado em 1 de junho de 2010 às 15h02.

São Paulo - A queda de 0,7% na produção industrial de março para abril, divulgada nesta terça-feira (1/06) pelo IBGE, não deve ser encarada como o prenuncio de uma sequência de perdas. Especialistas acreditam que a atividade da indústria deve continuar registrando um "crescimento saudável" em 2010.

Segundo o economista Rogério de Souza, do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (IEDI), a redução foi apenas o reflexo de uma acomodação em alguns setores, como o de bebidas, que registrou queda de 11% na comparação com março. "A produção de bens semi-duráveis e não duráveis, como é o caso das bebidas, teve uma alta forte no começo do ano, o que levou a esta correção."

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Como exemplo da boa fase que a indústria atravessa, o economista cita o desempenho do setor de bens de capital, que inclui a produção de máquinas e equipamentos, com crescimento de 2,4% em abril. "Isso revela que os investimentos continuam firmes. Acredito em uma boa expansão, principalmente na comparação com 2009, que foi um ano fraco."

Outro ponto importante para Rogério de Souza é o aumento da produção de bens duráveis, com destaque para as linhas branca e marrom. "O momento é de crédito abundante, o que favorece o setor. Além disso, as expectativas são boas considerando, por exemplo, o momento da Copa do Mundo, que deve impulsionar a venda de televisores", afirma.

Inflação

Na opinião do especialista do IEDI, os dados da produção em abril são a prova de que a indústria brasileira não está superaquecida. Ele afasta a ideia de uma possível pressão nos índices de inflação. "Se você observa o desempenho industrial em São Paulo, que possui um parque diversificado e, portanto, menos sujeito a variações pontuais, vai ver que o crescimento é moderado. A indústria cresce de forma saudável."

Por outro lado, o economista Eduardo Otero, da corretora Um Investimentos, alerta para o fato de que a demanda interna vem aumentando em ritmo cada vez maior. Para ele, os esforços da indústria para suprir esta necessidade, poderiam causar problemas no que diz respeito ao controle inflacionário. "Alguns setores da economia estão operando no limite da capacidade, e isso tem que ser monitorado", diz. A previsão de Otero é que, no fim do ano, o crescimento acumulado da indústria em 12 meses chegue à casa dos 10%.

Rogério de Souza diz que a operação com a capacidade "inflada" é típica de alguns setores, mas ainda não chegam a apresentar um risco. "Os dados mostram que temos condições de fazer frente à demanda. O crescimento de nossa indústria vai continuar, e de forma saudável", declara.

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