Economia

Indústria de soja do Brasil amplia capacidade e reduz ociosidade

A produção de soja do Brasil, segundo produtor global, cresceu mais de 10 milhões de toneladas de 2009 para 2010, atingindo 68,7 milhões de toneladas

Para 2011, a Abiove prevê, por ora, o crescimento no processamento de soja do Brasil de apenas 300 mil toneladas (foto/Divulgação)

Para 2011, a Abiove prevê, por ora, o crescimento no processamento de soja do Brasil de apenas 300 mil toneladas (foto/Divulgação)

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Da Redação

Publicado em 2 de maio de 2011 às 16h53.

São Paulo - A indústria da soja do Brasil ampliou a sua capacidade de processamento em 2010, na comparação com 2009, em 7 por cento, ao mesmo tempo em que reduziu a ociosidade em meio ao crescimento da safra e ao aumento da produção de biodiesel, informou nesta segunda-feira a Abiove, associação que representa o setor.

No ano passado, a capacidade total de processamento subiu para 176.834 toneladas/dia, contra 165.299 toneladas/dia em 2009, mostrou estudo da Abiove (Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais).

Dentre as indústrias que estão em atividade, a capacidade em 2010 subiu para 145.825 toneladas/dia, enquanto a ociosidade ficou em 26 por cento do parque industrial efetivamente utilizado, contra 30 por cento em 2009, segundo a Abiove.

"Entre 2009 e 2010, houve um aumento de safra, a indústria começou a trabalhar melhor e houve um esmagamento recorde, a indústria conseguiu ocupar melhor o seu parque", afirmou à Reuters o secretário-geral da Abiove, Fábio Trigueirinho.

A produção de soja do Brasil, segundo produtor global, cresceu mais de 10 milhões de toneladas de 2009 para 2010, atingindo 68,7 milhões de toneladas.

Também colaborou com o aumento da capacidade e a redução da ociosidade o crescimento da produção de biodiesel em 2010, feito majoritariamente com óleo de soja --a mistura obrigatória do biocombustível no diesel passou para 5 por cento em 2010, contra 3 e 4 por cento na primeira e segunda metade de 2009, respectivamente.

Para 2011, a Abiove prevê, por ora, o crescimento no processamento de soja do Brasil de apenas 300 mil toneladas --veja detalhes no link --, apesar de a safra estar prevista para aumentar mais de 2 milhões de toneladas.

"Terá um pequeno crescimento no processamento, então o nível de ociosidade em 2011 deverá ficar mais ou menos no nível de 2010", afirmou o executivo.

Com exceção da Bunge , o executivo não vê a retomada de outras processadoras de soja em 2011.

Já o aumento da capacidade instalada de 2009 para 2010, segundo a Abiove, pode ser atribuído em grande parte à expansão das unidades industriais já existentes, à inauguração de uma unidade de processamento em Passo Fundo (RS) e à inclusão de plantas não consideradas na pesquisa anterior, localizadas nas cidades de Cambé (PR), Araguari (MG), Vilhena (RO) e Alto Araguaia (MT).

Para o próximos anos, a julgar pelos investimentos anunciados da indústria em biodiesel, esse parque poderá crescer.

No ano passado, a Cargill anunciou a sua entrada na indústria de biodiesel. E mais recentemente a Bunge afirmou, após obter autorização para a sua primeira unidade de biodiesel no Brasil, que foca o Nordeste do Brasil para novas fábricas.

MT assume a liderança -  Em 2010, o Mato Grosso assumiu a posto de Estado líder em capacidade instalada de processamento de oleaginosas no Brasil (36.600 t/dia), seguido do Paraná (35.645 t/dia) e Rio Grande do Sul (30.400 t/dia).

Em 2009, a capacidade de Mato Grosso foi de 32.300 toneladas/dia, contra 34.150 toneladas do Paraná e 28.500 toneladas do Rio Grande do Sul.

O total da capacidade de refino em 2010 situou-se em 22.990 t/dia, contra 22.860 t/dia em 2009.

A indústria de óleos vegetais considerada na pesquisa foi constituída de 59 empresas, com 115 unidades industriais de processamento (86 unidades ativas e 29 paradas/desativadas).

O refino reuniu 35 empresas, com 63 unidades industriais (46 ativas e 17 paradas/desativadas).

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