Construção: "As vendas para construtoras são afetadas pela confiança dos empresários, e as obras previstas nos leilões de infraestrutura só devem ser sentidas mais para o fim do ano" (foto/Thinkstock)
Reuters
Publicado em 23 de janeiro de 2017 às 17h07.
São Paulo - A indústria de materiais de construção do Brasil prevê estabilidade nas vendas para 2017, após amargar em 2016 o terceiro ano consecutivo de retração, informou nesta segunda-feira a Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção (Abramat).
O presidente da entidade, Walter Cover, diz que um resultado possivelmente negativo no primeiro semestre deste ano deve ser compensado por uma performance um pouco melhor na segunda metade.
"O segundo semestre tem algumas variáveis de recuperação que não são suficientes para reverter o resultado negativo do primeiro, então imaginamos um zero a zero para o fim do ano", disse Cover.
Segundo ele, as vendas de produtos de acabamento tendem a se sair melhores, ajudadas por trabalhos obrigatórios de manutenção, enquanto as de materiais de base devem mostrar fraqueza por dependerem das novas obras residenciais e de infraestrutura.
"As vendas para construtoras são afetadas pela confiança dos empresários, e as obras previstas nos leilões de infraestrutura só devem ser sentidas mais para o fim do ano", afirmou.
Em 2016, a indústria de materiais de construção reportou queda de 11,5 por cento no faturamento deflacionado ante 2015, amargando o pior resultado de vendas desde 2008.
De acordo com o presidente da Abramat, o setor acumula retração de 33 por cento desde 2014. "Um terço do nosso mercado se foi."
Conforme o levantamento, as vendas de materiais de base encolheram 12,9 por cento em 2016 na comparação com 2015, e as de acabamento cederam 9,2 por cento.
Já nível de emprego no setor retrocedeu 9,4 por cento no segmento de base, e 9,2 por cento no de acabamento, ante 2015, informou a Abramat.
Na semana passada, a associação que representa os fabricantes de cimento, Snic, afirmou que espera que a indústria do insumo tenha em 2017 uma terceira queda consecutiva nas vendas, depois sofrer baixa de cerca de 12 por cento em 2016.
A previsão é de queda nas vendas de cimento de 5 a 7 por cento este ano.