Economia

Indústria da construção prevê crescimento mais perto de zero

Projeção do setor reflete o baixo crescimento da economia, atrasos em obras públicas de infraestrutura e conclusão de programas habitacionais


	Operários trabalhando na construção de um prédio em Jardim das Perdizes, em São Paulo
 (Paulo Fridman/Bloomberg)

Operários trabalhando na construção de um prédio em Jardim das Perdizes, em São Paulo (Paulo Fridman/Bloomberg)

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Da Redação

Publicado em 19 de agosto de 2014 às 17h03.

Brasília - A indústria brasileira da construção reduziu nesta terça-feira a previsão de crescimento do setor para 2014, refletindo o baixo crescimento da economia, atrasos em obras públicas de infraestrutura e conclusão de programas habitacionais.

A previsão da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) para o ano passou a ser de estagnação ou avanço de até um por cento, ante projeção anterior de alta de 2,5 por cento.

"Quando a economia desacelerou, os setores colocaram o pé no freio do investimento, as obras da Copa acabaram e as concessões não ocorreram na velocidade que esperávamos", disse o presidente da entidade, José Carlos Martins, a jornalistas.

Com o ritmo abaixo do esperado, os construtores listam atrasos na execução de obras públicas, atraso de pagamentos pelo governo, legislação ambiental confusa, elevado rigor nas leis trabalhistas e excesso de burocracia.

"Há um entrave nas obras públicas", disse Martins.

Entre os programas com problemas, segundo ele, está o habitacional Minha Casa Minha Vida (MCMV). A meta do governo federal de construir 2,75 milhões de unidades da fase 2 do MCMV está sendo cumprida sem a fase 3 entrar em vigor, deixando empresas ociosas e sem margem de contratação, afirmou.

Para evitar paralisação de negócios e demissão de operários, a CBIC pedirá ao presidente eleito em outubro o aumente de cerca de 350 mil unidades na meta da fase 2 do programa, ampliando o prazo até meados de 2015 para as construtoras terem margem de operacional até que o governo federal decida sobre a fase 3.

"Queremos uma sinalização de que o programa continuará por mais seis meses", disse.

Sem garantia de continuidade da contratação do MCMV e com obras públicas em atraso, a CBIC vai esperar o desempenho do segundo semestre para fazer projeções para 2015.

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