Economia

Indústria anda a passos lentos, revelam CNI e IBGE

Uso da capacidade instalada é o dado que melhor reflete a estabilização da atividade industrial: alta de 81% em julho para 81,4% em agosto

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h34.

Foram divulgados nesta terça-feira dois indicadores da indústria brasileira, um do IBGE e outro da CNI, que mostram a estabilização da produção do setor. Na análise da CNI, o uso da capacidade instalada é o dado que melhor reflete a estabilização da atividade industrial: alta de 81% em julho para 81,4% em agosto.

Para o IBGE, "os índices de agosto mostram um quadro de estabilização no nível da produção nos últimos três meses, ao mesmo tempo que há evidências, em outros indicadores, de uma redução do nível de estoques nas empresas. Assim, a indústria estaria com estoques mais baixos na fase onde se concentram as encomendas para o final de ano". Clique aqui para ler a reportagem completa.

O grau de utilização da capacidade instalada na indústria de transformação ficou em 81,4% no mês de agosto. Isto significa um aumento de 0,4 ponto percentual em relação à taxa de ocupação de julho e de um ponto percentual em comparação com agosto do ano passado. Ajustado para a sazonalidade, o indicador é igual ao do mês passado.

É importante salientar que desde o início deste ano o indicador ajustado para a sazonalidade situa-se entre 80% e 81%, o que explicita a situação de estabilidade da atividade industrial neste ano.

A indústria nacional teve um faturamento real 1,36% maior em agosto, em relação a julho. Ajustando-se à sazonalidade, ele fica um pouco maior: 2,06%. Este foi o terceiro mês consecutivo de alta no indicador dessazonalizado, informa a Confederação Nacional da Indústria (CNI). Nos três últimos meses a alta acumulada é de 8,6%. As vendas mostram aumento de 2,04% em relação a agosto de 2001.

É o segundo mês consecutivo de alta na comparação das vendas do ano passado. Ainda assim, no acumulado do ano a taxa é negativa em 0,83%. As horas trabalhadas na produção mantiveram-se estáveis comparativamente ao mês anterior, com queda de 0,23%. Sazonalizada, a alta é de 0,30%.

Na visão da CNI, a comparação com 2001 é positiva tanto em relação a agosto (1,46%), como no acumulado do ano (0,86%). Estes resultados refletem a superação das dificuldades específicas de 2001, mas não caracterizam uma nítida trajetória de recuperação.

O grau de utilização da capacidade instalada é o dado que melhor reflete a situação de estabilidade da atividade industrial. Aumentou de 81% em julho para 81,4% em agosto, mas por razões sazonais. Desde fevereiro, esse indicador se mantém em 0,85%.

O total de salários reais pagos pelo setor industrial reduziu-se em 1,24% relativamente a julho. Foi a quarta queda no ano e se explica pela alta da inflação e pelo pouco dinamismo do mercado com a atividade estabilizada. Na comparação com agosto de 2001, observa-se redução de 0,37%, que contribui para uma queda acumulada no ano de 0,61% na massa salarial paga pelo setor.

Vendas reais

As vendas reais cresceram 1,36% no mês de agosto, em relação a julho. Em termos dessazonalizados, o crescimento é de 2,06%, o terceiro mês consecutivo de alta. O crescimento é observado na maioria dos estados, tanto na comparação com o mês anterior quanto com o mesmo mês do ano passado. É a segunda taxa positiva seguida nesta última comparação, desta vez em 2,04%, o que reflete a base de comparação deprimida do ano passado com o racionamento de energia. No acumulado do ano, de janeiro a agosto, comparado com o mesmo período de 2001 há uma queda de 0,83%, "resultado que expressa a manutenção de uma atividade contida".

Pessoal empregado

O total de pessoal empregado na indústria se manteve quase estável entre julho e agosto, com ligeira queda de 0,03%. A variação dessazonalizada, entretanto, é positiva em 0,17%.

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