Economia

Indicador da FGV aponta comércio exterior menos dinâmico em 2018

Segundo a pesquisa, o preço das exportações brasileiras reduziu seu ritmo de crescimento de 18,6% para 12,3%

Comércio exterior: comparação do preço e do volume das trocas comerciais brasileiras no primeiro trimestre de 2018 indica um comércio exterior menos dinâmico que o do ano passado (Arquivo/AFP)

Comércio exterior: comparação do preço e do volume das trocas comerciais brasileiras no primeiro trimestre de 2018 indica um comércio exterior menos dinâmico que o do ano passado (Arquivo/AFP)

AB

Agência Brasil

Publicado em 16 de abril de 2018 às 10h14.

A comparação do preço e do volume das trocas comerciais brasileiras no primeiro trimestre de 2018 indica um comércio exterior menos dinâmico que o do ano passado. A avaliação é do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre/FGV), com base nos dados do Indicador do Comércio Exterior (Icomex).

Segundo a pesquisa, o preço das exportações brasileiras reduziu seu ritmo de crescimento de 18,6% para 12,3% na comparação entre o primeiro trimestre deste ano e o primeiro trimestre do ano passado. O volume exportado, por sua vez, caiu 4,2%. No ano passado, o volume de exportações havia subido 7,4% nos três primeiros meses do ano.

No lado das importações, houve aumento de 14,3% no preço e queda 1% no volume. No ano passado, o volume importato pelo Brasil havia subido 9,8% e o preço, 2,9%.

Influência da China

A pesquisa destaca o peso da China para o comércio exterior do Brasil. O país asiático é o destino de 23,2% das exportações brasileiras e a origem de 19,8% das importações.

As exportações para a China cresceram 1% no primeiro trimestre, mas a pesquisa mostra que houve uma queda de 12,9% no volume exportado. A principal explicação para o resultado é a demora no embarque da soja. A previsão é que o cenário mude nos próximos meses.

Commodities

Segundo a pesquisa, a queda no volume de exportações brasileiras para todo o mundo se deve à redução de 11,1% no volume de commodities exportadas. O preço das exportações desses produtos primários subiu 13,4% nos primeiros três meses de 2018, menos que a metade da variação registrada no ano passado: 35,9%.

As não commodities tiveram crescimento de 5,1% no volume exportado e de 11,4% no preço, um desempenho considerado melhor que o das commodities. No ano passado, o preço havia subido apenas 1,2%, e o volume, 14,7%.

Indústrias

A pesquisa desdobra os dados por setor e mostra que a indústria agropecuária teve queda de 4,1% no preço exportado e alta de 6,1% no volume.

A indústria de transformação elevou o preço de suas exportações em 10,9%; e o volume, em 2,5%. Já a indústria extrativa exportou um volume 33,2% menor, mas que teve um valor 42% maior.

As exportações da indústria de transformação se concentram nos bens de capital, que tiveram alta de 38,2% no volume, com destaque para a venda de plataformas de petróleo.

No que diz respeito às importações, o preço aumentou em 42,7% para a indústria extrativa e 12,5% para a de transformação, que teve queda de 3,3% no volume.

Aumentaram os volumes importados da indústria extrativa (+23,2%) e da agropecuária (+11,5%), que, por outro lado, importou um valor 8,9% menor.

A variação da importação de bens de consumo duráveis saltou de -1% para 36,7%, equanto a exportação desses bens caiu 3,2% em 2018, depois de ter subido 39,9% em 2017.

Segundo a pesquisa, as compras de automóveis brasileiros por parte da Argentina foram muito elevadas em 2017 e a queda no crescimento da exportação de bens de consumo duráveis se deve ao ciclo de estoques. Já o aumento das importações tem influência do câmbio.

 

Acompanhe tudo sobre:ChinaComércio exteriorExportaçõesFGV - Fundação Getúlio VargasIndústria

Mais de Economia

MP que cria programa Acredita para conceder crédito a pequenos negócios perde a validade

Senado aprova reoneração da folha de pagamentos sem aumento de imposto sobre JCP

Relator exclui alta de imposto sobre Juros sobre Capital Próprio do projeto da reoneração da folha

Análise: E se o Banco Central não subir os juros na próxima reunião do Copom?

Mais na Exame