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Incerteza energética limitará investimentos, avalia MB

De acordo com o empresariado, um possível cenário de racionamento de energia afetará principalmente as indústrias do país

Seca no reservatório da usina hidrelétrica de Itumbiara, na fronteira entre os estados de Goiás e Minas Gerais (REUTERS / Ueslei Marcelino)
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Da Redação

Publicado em 11 de janeiro de 2013 às 11h04.

São Paulo - O sócio da MB Associados e ex-secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda José Roberto Mendonça de Barros avaliou nesta sexta-feira, em entrevista à Agência Estado, que a incerteza sobre a oferta de energia elétrica já está "enraizada" na economia e limitará investimentos no setor produtivo no Brasil em 2013.

"Saberemos apenas em março se haverá o possível controle de oferta na energia, porque será o período mais seco, com o fim das chuvas de verão. Portanto, essa incerteza está enraizada e limitará investimentos", disse Mendonça de Barros, também colunista da "Rádio Estadão".

Para ele, o empresariado avalia que em um possível cenário de racionamento de energia, os grandes consumidores, ou seja, as indústrias, serão os mais atingidos.

"O raciocínio dos empresários é que se tiver restrição (de energia), o último a ser atingido será o consumidor residencial", completou Mendonça de Barros.

Segundo o consultor, não houve planejamento do governo para evitar o cenário de possível crise de oferta na energia elétrica, diante de situação semelhante em 2008. "O governo, que falou tanto em planejamento, não planejou. Imagine se tivéssemos crescido (em 2012) os 4% que o governo queria?", indagou.

Mendonça de Barros avaliou ainda que o preço da energia elétrica deve mesmo cair como prometido pela presidente Dilma Rousseff, mas que não é possível o governo reduzir ao teto previsto de 20%, diante do aumento nos custos e da possível escassez de oferta.


"A queda deve ser de 10% e ajudará, ao menos, no controle da inflação", disse. Na avaliação do ex-secretário de Política Econômica, a inflação deve seguir alta em 2013, com previsão da MB de aumento entre 5,8% e 6% para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).

A única mudança sobre 2012 será a troca na pressão inflacionária entre os setores que formam o indicador, de acordo com Mendonça de Barros.

Os preços administrados, como ônibus, combustíveis e a retomada do IPI cheio para automóveis, devem puxar a inflação este ano. Já os alimentos, vilões de 2012 ao lado de serviços, devem segurar a alta no IPCA em 2013.

"Mas é bom lembrar que os estoques globais de alimentos estão vazios e, apesar da perspectiva de grande oferta, só podemos contar com ela quando os grãos estiverem nos armazéns", alertou.

O cenário para este ano da MB Associados prevê ainda uma desaceleração natural da expansão de crédito no País, cujo crescimento anual de 15% passou ser um teto estimado pela consultoria, diante da queda lenta na inadimplência, o que limita os financiamentos ao consumidor pelos bancos privados. "A demanda seguirá parecida como 2012 e o comércio não vai alterar", concluiu Mendonça de Barros.

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São Paulo - O sócio da MB Associados e ex-secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda José Roberto Mendonça de Barros avaliou nesta sexta-feira, em entrevista à Agência Estado, que a incerteza sobre a oferta de energia elétrica já está "enraizada" na economia e limitará investimentos no setor produtivo no Brasil em 2013.

"Saberemos apenas em março se haverá o possível controle de oferta na energia, porque será o período mais seco, com o fim das chuvas de verão. Portanto, essa incerteza está enraizada e limitará investimentos", disse Mendonça de Barros, também colunista da "Rádio Estadão".

Para ele, o empresariado avalia que em um possível cenário de racionamento de energia, os grandes consumidores, ou seja, as indústrias, serão os mais atingidos.

"O raciocínio dos empresários é que se tiver restrição (de energia), o último a ser atingido será o consumidor residencial", completou Mendonça de Barros.

Segundo o consultor, não houve planejamento do governo para evitar o cenário de possível crise de oferta na energia elétrica, diante de situação semelhante em 2008. "O governo, que falou tanto em planejamento, não planejou. Imagine se tivéssemos crescido (em 2012) os 4% que o governo queria?", indagou.

Mendonça de Barros avaliou ainda que o preço da energia elétrica deve mesmo cair como prometido pela presidente Dilma Rousseff, mas que não é possível o governo reduzir ao teto previsto de 20%, diante do aumento nos custos e da possível escassez de oferta.


"A queda deve ser de 10% e ajudará, ao menos, no controle da inflação", disse. Na avaliação do ex-secretário de Política Econômica, a inflação deve seguir alta em 2013, com previsão da MB de aumento entre 5,8% e 6% para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).

A única mudança sobre 2012 será a troca na pressão inflacionária entre os setores que formam o indicador, de acordo com Mendonça de Barros.

Os preços administrados, como ônibus, combustíveis e a retomada do IPI cheio para automóveis, devem puxar a inflação este ano. Já os alimentos, vilões de 2012 ao lado de serviços, devem segurar a alta no IPCA em 2013.

"Mas é bom lembrar que os estoques globais de alimentos estão vazios e, apesar da perspectiva de grande oferta, só podemos contar com ela quando os grãos estiverem nos armazéns", alertou.

O cenário para este ano da MB Associados prevê ainda uma desaceleração natural da expansão de crédito no País, cujo crescimento anual de 15% passou ser um teto estimado pela consultoria, diante da queda lenta na inadimplência, o que limita os financiamentos ao consumidor pelos bancos privados. "A demanda seguirá parecida como 2012 e o comércio não vai alterar", concluiu Mendonça de Barros.

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