As empresas brasileiras estão recorrendo mais ao calote em 2006. A inadimplência de pessoas jurídicas acumulada nos meses de janeiro e fevereiro é 12,8% maior do que a registrada no mesmo período de 2005, de acordo com dados da Serasa.

Na comparação com 2005, os resultados de fevereiro contribuíram para o aumento do calote no ano: houve alta de 8,9% no número de dívidas não pagas. A maior participação do total ficou com os títulos, com 40,5% - o que, no entanto, representou uma queda em relação ao nível de 2005, de 42,1%. Em segundo lugar, vieram os cheques sem fundo, cuja participação aumentou de 38,9% em fevereiro do ano passado para 39,6% no segundo mês de 2006. Já as dívidas registradas em bancos representaram a menor parcela, de 19,9% (em 2005, o índice havia sido de 19%).

De acordo com nota da Serasa, apesar da alta na inadimplência em fevereiro na comparação com o mesmo mês do ano passado, houve aumento do crédito à pessoa jurídica de 13,8% no período, "o que significa que o crédito cresce mais que a inadimplência, ou seja, os pagamentos pontuais das empresas superam, com boa margem, os inadimplentes".

Em relação a janeiro de 2006, o calote diminuiu em fevereiro, com queda de 12,5%, "o que é coerente com a melhoria da atividade econômica registrada no início deste ano, sobretudo no comércio", diz a nota.