Economia

Impeachment e Copom mantêm taxas perto da estabilidade

Às 9h25, o DI para abril de 2016 indicava 14,600% nesta quinta-feira, 3, de 14,580% no ajuste da véspera


	Taxas: às 9h25, o DI para abril de 2016 indicava 14,600% nesta quinta-feira, 3, de 14,580% no ajuste da véspera
 (.)

Taxas: às 9h25, o DI para abril de 2016 indicava 14,600% nesta quinta-feira, 3, de 14,580% no ajuste da véspera (.)

DR

Da Redação

Publicado em 3 de dezembro de 2015 às 13h09.

São Paulo - Até a quarta-feira, 2, à tarde, a grande expectativa era com a ata do Copom, que poderia dar novas pistas sobre a política monetária após a decisão dividida do Banco Central na semana passada.

Porém, a decisão do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB), de aceitar o pedido de impeachment contra Dilma Rousseff pegou todos de surpresa.

Como parte do mercado vê a saída da presidente como forma de resolver o impasse político e econômico que perdurou ao longo deste ano no País, os ativos brasileiros avançam neste início de pregão.

Às 9h25, o DI para abril de 2016 indicava 14,600% nesta quinta-feira, 3, de 14,580% no ajuste da véspera. O DI para janeiro de 2017 apontava 15,70%, de 15,66% na véspera. O DI para janeiro de 2018 projetava 15,93%, de 15,92%. E o DI para janeiro de 2021 mostrava 15,63%, de 15,68%.

Para a holding financeira Nomura, o rali nos ativos brasileiros, no entanto, deve ser de curto prazo. "A falta de avanços na questão do ajuste fiscal e os riscos políticos inerentes ao processo de impeachment carregam significativos riscos de baixa", diz relatório assinado pelo economista João Pedro Ribeiro.

"Nossa primeira reação é de que esse evento vai trazer mais volatilidade e incerteza, em vez de aliviar os receios dos mercados", disse o Barclays em relatório enviado na noite de quarta.

A ata do Copom trouxe um tom mais "hawkish", o que segura as taxas futuras, especialmente na ponta curta da estrutura a termo da curva de juros.

No parágrafo 32, o Comitê disse que "adotará as medidas necessárias de forma a assegurar o cumprimento dos objetivos do regime de metas, ou seja, trazer a inflação o mais próximo possível de 4,5% em 2016, circunscrevendo-a aos limites estabelecidos pelo CMN, e fazer convergir a inflação para a meta de 4,5% em 2017".

Já no parágrafo 28, o Copom diz que "remanescem incertezas associadas ao balanço de riscos, principalmente, quanto à velocidade do processo de recuperação dos resultados fiscais e à sua composição, e que o processo de realinhamento de preços relativos mostra-se mais demorado e mais intenso que o previsto".

O documento lembra que parte dos membros argumentou que seria oportuno ajustar, de imediato, as condições monetárias, de modo a reduzir os riscos de não cumprimento dos objetivos do regime de metas para a inflação.

Os votos dissidentes foram de Sidnei Marques e Tony Volpon. "No entanto, a maioria dos membros do Copom considerou monitorar a evolução do cenário macroeconômico até sua próxima reunião para, então, definir os próximos passos na sua estratégia de política monetária", aponta a ata.

Pela manhã, o IBGE informou que a produção industrial caiu 0,7% em outubro ante setembro, na série com ajuste sazonal.

O resultado veio dentro do intervalo de expectativas dos analistas de 45 instituições ouvidas pelo AE Projeções, que esperavam desde queda de 1,36% a avanço de 0,60%, com mediana de negativa em 0,10%. Em relação a outubro de 2014, a produção caiu 11,2%.

Nesta comparação, sem ajuste, as estimativas variavam desde queda de 11,70% a retração de 9,30%, com mediana negativa de 10,30%. No ano, a produção da indústria acumula queda de 7,8% até outubro.

Acompanhe tudo sobre:Banco CentralCopomImpeachmentJurosMercado financeiroTaxas

Mais de Economia

Corte anunciado por Haddad é suficiente para cumprir meta fiscal? Economistas avaliam

Qual é a diferença entre bloqueio e contingenciamento de recursos do Orçamento? Entenda

Haddad anuncia corte de R$ 15 bilhões no Orçamento de 2024 para cumprir arcabouço e meta fiscal

Mais na Exame