Ilan sugere cortes maiores na Selic em entrevista ao Nikkei
"Estamos abertos para tomar qualquer decisão", afirmou Ilan ao jornal japonês
Estadão Conteúdo
Publicado em 29 de março de 2017 às 14h30.
São Paulo - Cortes maiores na taxa básica de juros, a Selic, são uma opção para o Banco Central (BC) brasileiro, segundo sinalizou o presidente da autoridade monetária, Ilan Goldfajn , ao site do jornal japonês The Nikkei.
A reportagem explica que, para a decisão do Copom de abril, o Banco Central está olhando para fatores como "expectativas para a inflação e atividade econômica". "Estamos abertos para tomar qualquer decisão", afirmou Ilan ao veículo.
O texto no site The Nikkei também mostra que a prioridade do BC irá mudar do atual objetivo de frear a inflação para estimular a economia.
A reportagem no site de notícias asiáticas complementa que a perspectiva traçada por Ilan "sinaliza uma ênfase em apoiar a maior economia da América do Sul ao passo que a inflação cai mais rapidamente do que o previsto".
Segundo a reportagem, Ilan espera que a economia do Brasil volte a crescer em 2017 visto que os preços recentes do minério de ferro e de outras commodities ajudam na recuperação do setor.
A agricultura e a manufatura irão emergir da recessão mais rapidamente, mas "o setor de serviços levará mais tempo porque foi o último a ser afetado".
Mesmo em relação à China, que revisou a meta de crescimento do PIB, Ilan tem uma opinião positiva. Segundo The Nikkei, o presidente do BC entende que o crescimento de 6,5% do gigante asiático é "boa notícia" pois é suficiente para garantir a demanda do minério brasileiro. Sobre a alta de juros nos EUA, Ilan afirmou que o Brasil está preparado.
Entrevista antiga
A assessoria de imprensa do Banco Central esclareceu aos jornalistas que a entrevista com o presidente da instituição, Ilan Goldfajn, publicada pelo jornal japonês The Nikkei foi concedida em 6 de março. Segundo a assessoria de imprensa do BC, "o conteúdo da fala do presidente se referia à flexibilidade aberta pelas Notas do Copom, publicadas em 2 de março".