Ilan: se cada um pensar só no seu interesse, ajuste não sai
Em entrevista para a Folha, presidente do Banco Central diz que ajuste fiscal é travado pela predominância de alguns interesses particulares sobre o coletivo
João Pedro Caleiro
Publicado em 14 de agosto de 2016 às 11h12.
São Paulo - De acordo com o presidente do Banco Central , Ilan Goldfajn , o ajuste fiscal está sendo travado pela predominância de alguns interesses particulares sobre o coletivo.
Em entrevista para o jornal Folha de São Paulo publicada hoje, ele diz que apesar de todos serem a favor em princípio, a coisa "começa a complicar" quando chega a parte prática:
"No coletivo todo mundo concorda, mas, quando chega no individual, colocam o interesse próprio antes. Se cada um se preocupar só com seu lado, o coletivo não sairá."
Ele prevê um cenário de "recuperação moderada" para 2017 e concorda com o diagnóstico de que a média de crescimento será mais baixa a partir de agora:
"Não vamos voltar ao período pré 2008, que tinha muita exuberância."
Sua avaliação do cenário internacional é de que "a água está morninha" e que isso é positivo para as economias emergentes, pois abre uma janela para ajustes e reformas:
"O mundo não está nem quente, crescendo suficientemente forte para elevação de juros no mundo como um todo, nem está frio para ter uma nova recessão que preocuparia todo mundo."
Ele diz que o foco continua sendo inflação na meta de 4,5% já em 2017 e que a preocupação com um real forte demais chegou "na mesa de todo mundo".
A inflação voltou a subir em julho puxada por uma forte alta dos alimentos e bebidas e acumula 8,74% nos últimos 12 meses.
Já o dólar caiu na semana passada em relação ao real e chegou a atingir seu menor nível desde julho de 2015.
Ilan afirma ainda que a queda dos juros depende do governo "criar as condições" e que isso não depende de um ou outro evento ou aprovação no Congresso e sim de um "processo" que gere confiança.
São Paulo - De acordo com o presidente do Banco Central , Ilan Goldfajn , o ajuste fiscal está sendo travado pela predominância de alguns interesses particulares sobre o coletivo.
Em entrevista para o jornal Folha de São Paulo publicada hoje, ele diz que apesar de todos serem a favor em princípio, a coisa "começa a complicar" quando chega a parte prática:
"No coletivo todo mundo concorda, mas, quando chega no individual, colocam o interesse próprio antes. Se cada um se preocupar só com seu lado, o coletivo não sairá."
Ele prevê um cenário de "recuperação moderada" para 2017 e concorda com o diagnóstico de que a média de crescimento será mais baixa a partir de agora:
"Não vamos voltar ao período pré 2008, que tinha muita exuberância."
Sua avaliação do cenário internacional é de que "a água está morninha" e que isso é positivo para as economias emergentes, pois abre uma janela para ajustes e reformas:
"O mundo não está nem quente, crescendo suficientemente forte para elevação de juros no mundo como um todo, nem está frio para ter uma nova recessão que preocuparia todo mundo."
Ele diz que o foco continua sendo inflação na meta de 4,5% já em 2017 e que a preocupação com um real forte demais chegou "na mesa de todo mundo".
A inflação voltou a subir em julho puxada por uma forte alta dos alimentos e bebidas e acumula 8,74% nos últimos 12 meses.
Já o dólar caiu na semana passada em relação ao real e chegou a atingir seu menor nível desde julho de 2015.
Ilan afirma ainda que a queda dos juros depende do governo "criar as condições" e que isso não depende de um ou outro evento ou aprovação no Congresso e sim de um "processo" que gere confiança.