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Em 2013, serão necessárias medidas para inflação não subir, diz Ilan Goldfajn

Para o economista chefe do Itaú Unibanco, hoje a China é o fator de risco mais importante para o Brasil, mesmo não sendo o mais provável

Ilan Goldfajn, economista-chefe do Itaú Unibanco: banco prevê crescimento de 3,1% do PIB no Brasil em 2012 – e de 5,1% em 2013 (Eduardo Monteiro/EXAME)
DR

Da Redação

Publicado em 22 de maio de 2012 às 16h28.

São Paulo – Em algum momento de 2013 serão necessárias medidas do governo para evitar a subida da inflação. Essa é opinião do economista chefe do Itaú Unibanco, Ilan Goldfajn. Para o economista, as medidas de estímulo anunciadas ontem tranquilizam com relação à desaceleração, mas é necessário avaliar de a retomada e o câmbio vão afetar a inflação.

O governo está mais preocupado com a desaceleração do que com a inflação na visão do economista-chefe. Para o Itaú Unibanco, a inflação se afastou dos picos, mas segue acima do centro da meta – e a inflação de serviços está elevada. A projeção do Itaú Unibanco para o IPCA em 2013 passou de 5,6% para 5,7%. “Esse número já é reflexo de um câmbio alto e Selic mais baixa”, segundo Goldfajn. A expectativa para 2012 foi mantida em 5,2%.

Quanto à eficácia do pacote de medidas de estímulo ao crédito para consumo e investimentos anunciado ontem pelo governo, Goldfajn mostrou otimismo. “É normal que, em um período de desaceleração, as pessoas desacreditem na força da medida. Nossa percepção é de retomada e esse estímulo contribui”, afirmou.

O economista lembrou que o último pacote de estímulos desse tipo surtiu efeito. “Não posso garantir que terá impacto dessa vez, mas da outra vez (que foi anunciado um pacote de medidas semelhante) teve”, afirmou Goldfajn. O economista-chefe acredita que as medidas de estímulo devem levar a uma queda na inadimplência do sistema.

China

Para Goldfajn, a China, hoje é o fator de risco mais importante para o Brasii, mesmo não sendo o mais provável. “Uma recessão na China machuca mais, mas é mais improvável que na Europa”, afirmou. Ilan estima que, se a Grécia sair da zona do euro o câmbio brasileiro pode ir a 2,20 real/dólar.


Hoje, a expectativa do banco para o câmbio é que o dólar chegue a 1,85 real quando a situação na Europa se acalmar e se a intervenção for menor. A taxa é superior a apresentada pelo banco em fevereiro, de 1,75 real.

Projeções

A equipe de economia do Itaú Unibanco projeta um crescimento de 0,6% do PIB no primeiro trimestre de 2012. Na comparação com o mesmo período de 2011, a expectativa é uma alta de 1,4%.

Para o ano, a expectativa do banco é que o PIB cresça 3,1% em 2012 e 5,1% em 2013. As taxas estão abaixo das perspectivas indicadas em fevereiro, de 3,5% para 2012 e de 5,4% para 2013.

Para a Selic, a expectativa é de que a taxa básica de juros caia para 7,75% em 2012 e suba para 9,50% em 2013. A expectativa também mudou desde a divulgação de fevereiro, quando o banco previa uma Selic de 9,00% para 2012 e de 10,50% para 2013.

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São Paulo – Em algum momento de 2013 serão necessárias medidas do governo para evitar a subida da inflação. Essa é opinião do economista chefe do Itaú Unibanco, Ilan Goldfajn. Para o economista, as medidas de estímulo anunciadas ontem tranquilizam com relação à desaceleração, mas é necessário avaliar de a retomada e o câmbio vão afetar a inflação.

O governo está mais preocupado com a desaceleração do que com a inflação na visão do economista-chefe. Para o Itaú Unibanco, a inflação se afastou dos picos, mas segue acima do centro da meta – e a inflação de serviços está elevada. A projeção do Itaú Unibanco para o IPCA em 2013 passou de 5,6% para 5,7%. “Esse número já é reflexo de um câmbio alto e Selic mais baixa”, segundo Goldfajn. A expectativa para 2012 foi mantida em 5,2%.

Quanto à eficácia do pacote de medidas de estímulo ao crédito para consumo e investimentos anunciado ontem pelo governo, Goldfajn mostrou otimismo. “É normal que, em um período de desaceleração, as pessoas desacreditem na força da medida. Nossa percepção é de retomada e esse estímulo contribui”, afirmou.

O economista lembrou que o último pacote de estímulos desse tipo surtiu efeito. “Não posso garantir que terá impacto dessa vez, mas da outra vez (que foi anunciado um pacote de medidas semelhante) teve”, afirmou Goldfajn. O economista-chefe acredita que as medidas de estímulo devem levar a uma queda na inadimplência do sistema.

China

Para Goldfajn, a China, hoje é o fator de risco mais importante para o Brasii, mesmo não sendo o mais provável. “Uma recessão na China machuca mais, mas é mais improvável que na Europa”, afirmou. Ilan estima que, se a Grécia sair da zona do euro o câmbio brasileiro pode ir a 2,20 real/dólar.


Hoje, a expectativa do banco para o câmbio é que o dólar chegue a 1,85 real quando a situação na Europa se acalmar e se a intervenção for menor. A taxa é superior a apresentada pelo banco em fevereiro, de 1,75 real.

Projeções

A equipe de economia do Itaú Unibanco projeta um crescimento de 0,6% do PIB no primeiro trimestre de 2012. Na comparação com o mesmo período de 2011, a expectativa é uma alta de 1,4%.

Para o ano, a expectativa do banco é que o PIB cresça 3,1% em 2012 e 5,1% em 2013. As taxas estão abaixo das perspectivas indicadas em fevereiro, de 3,5% para 2012 e de 5,4% para 2013.

Para a Selic, a expectativa é de que a taxa básica de juros caia para 7,75% em 2012 e suba para 9,50% em 2013. A expectativa também mudou desde a divulgação de fevereiro, quando o banco previa uma Selic de 9,00% para 2012 e de 10,50% para 2013.

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