Economia

IGPs devem desacelerar em janeiro, prevê FGV

O IGP-10, divulgado hoje, mostrou variação de 0,58%, enquanto o último indicador informado pela fundação havia sido o IGP-DI de dezembro, com alta de 0,69%


	Soja: as boas safras agrícolas no início deste ano, principalmente da soja, poderiam contribuir para a desaceleração da inflação no acumulado de um ano
 (Getty Images)

Soja: as boas safras agrícolas no início deste ano, principalmente da soja, poderiam contribuir para a desaceleração da inflação no acumulado de um ano (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 15 de janeiro de 2014 às 14h30.

Rio - Os Índices Gerais de Preços (IGPs) medidos pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) estão em trajetória de desaceleração, afirmou o superintendente adjunto de inflação Salomão Quadros. O IGP-10, divulgado hoje, mostrou variação de 0,58%, enquanto o último indicador informado pela fundação havia sido o IGP-DI de dezembro, com alta de 0,69%.

"O impacto mais forte, que vem da gasolina e do diesel, já foi maior. Os dez dias de janeiro já não captam o reajuste de combustíveis, e isso faz grande diferença. Sinaliza que os IGPs estão em momento de desaceleração", afirmou.

A taxa em 12 meses do IGP-10, contudo, tende a seguir em ritmo de elevação, ainda que "suave", segundo Quadros. Em janeiro, ela se posicionou em 5,55%, contra 5,39% em dezembro. "Daqui para frente, pode ser que suba mais um pouco, porque as taxas do início de 2013 foram muito baixas. Isso não deve acontecer, apesar de alguns fatores que apontam uma possibilidade de repetição dessa tendência de baixa", explicou.

As boas safras agrícolas no início deste ano, principalmente da soja, poderiam contribuir para a desaceleração da inflação no acumulado de um ano. "Estamos nos aproximando da colheita no Brasil, que começa em fevereiro, e os riscos (de quebra) diminuem", disse Quadros. "Mais segurança se tem em torno da expectativa de safra recorde."

O câmbio, contudo, ainda pode pregar alguns sustos nos próximos meses, ponderou o superintendente. Nos últimos meses, ainda não houve grande repercussão da alta do dólar sobre os preços, mostrando que eventuais reajustes foram pontuais em alguns setores, como o de produtos químicos.

O que deve elevar sua contribuição para a inflação é o óleo combustível, que é utilizado principalmente na cadeia industrial e teve um reajuste de 15% no preço.

O impacto será menor do que quando houve o reajuste do diesel e da gasolina, na passagem de novembro para dezembro, pois o óleo combustível responde por 0,81% do Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA). Mesmo assim, será relevante para impedir maior desaceleração na taxa mensal.

Quadros calcula que, no IGP-DI de janeiro, cuja coleta é realizada entre os dias 1 e 31 deste mês, o impacto do reajuste do óleo combustível será de 0,12 ponto porcentual no IPA. Como o IPA responde por 60% do IGP-DI, isso equivaleria a cerca de 0,07% no índice geral.

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