Economia

IGP-M sobe 3,83% na 2ª prévia de maio e salta a 36,69% em 12 meses

O avanço do indicador que influencia a variação de preço do aluguel foi puxado pela inflação no atacado

Na mesma semana em abril, o índice havia registrado alta de 1,17% (Nelson Almeida/AFP/Getty Images)

Na mesma semana em abril, o índice havia registrado alta de 1,17% (Nelson Almeida/AFP/Getty Images)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 19 de maio de 2021 às 11h57.

Última atualização em 19 de maio de 2021 às 12h31.

A Fundação Getulio Vargas (FGV) confirmou nesta quarta-feira alta de 3,83% na segunda prévia de maio do Índice Geral de Preços-Mercado (IGP-M), após registrar 1,17% em igual decêndio de abril. Mais cedo, fontes divulgaram a informação ao Broadcast (sistema fechado de notícias em tempo real do Grupo Estado). Desde este mês, alguns índices e releases deixaram de ser publicados às 8 horas no site do Instituto Brasileiro de Economia da FGV (Ibre/FGV), como era feito anteriormente.

Com o resultado divulgado nesta quarta, o acumulado em 12 meses do índice saltou de 31,57% para 36,69%.

O avanço no indicador foi puxado pela inflação no atacado, com aceleração a 4,96% no Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), ante 1,28% no segundo decêndio de abril. O número reflete o aumento nos preços de commodities minerais e agrícolas, como minério de ferro (-3,22% para 18,30%), cana-de-açúcar (2,86% para 19,51%) e soja em grão (0,70% para 3,96%), que fazem parte do grupo Matérias-Primas Brutas (0,16% para 9,53%).

"Esses aumentos antecipam pressões inflacionárias que logo encarecerão produtos alimentícios e bens duráveis no âmbito do consumidor", afirma André Braz, coordenador dos Índices de Preços do Ibre/FGV.

 

 

Na análise por estágios de processamento, Bens Finais subiram de 0,97% em abril para 1,29% em maio, com destaque para o subgrupo combustíveis para o consumo (-1,20% para 1,73%). Bens Intermediários, por sua vez, tiveram leve arrefecimento, de 2,89% para 2,77%, puxados por combustíveis e lubrificantes para a produção (5,22% para 0,45%).

IPC e INCC desaceleram

Ainda sem os repasses da pressão inflacionária na produção, o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) arrefeceu a 0,48% no segundo decêndio de maio, ante 0,65% no mesmo período de abril. A queda em gasolina (6,11% para -0,23%) contribuiu para a desaceleração do grupo Transportes (2,13% para 0,20%), movimento acompanhado por Despesas Diversas (0,49% para 0,15%) e Vestuário (0,16% para 0,09%).

Na outra direção, a alta na tarifa de eletricidade residencial, de 0,22% para 3,40%, puxou um avanço em Habitação, que saltou de 0,47% para 0,96%. Alimentação (0,11% para 0,39%), Saúde e Cuidados Pessoais (0,76% para 1,03%), Educação, Leitura e Recreação (-0,62% para -0,42%) e Comunicação (0,27% para 0,55%) também registraram acréscimo em suas taxas de variação.

O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) teve desaceleração tímida na segunda prévia do IGP-M, de 1,30% para 1 25%. O arrefecimento foi influenciado por Materiais e Equipamentos (3,01% para 2,65%), ao passo que Serviços (0,51% para 1,19%) e Mão de Obra (0,01% para 0,06%) registraram avanço.

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