Economia

IGP-M: Inflação do aluguel desacelera a 0,21% em julho, após 0,59% em junho ,diz FGV

A inflação acumulada em 12 meses pelo IGP-M arrefeceu de 10,70% para 10,08%, abaixo da estimativa intermediária do mercado, de 10,18%

IGP-M: O movimento foi puxado por desaceleração em passagem aérea (13,40% para -5,20%) (Reprodução/Getty Images)

IGP-M: O movimento foi puxado por desaceleração em passagem aérea (13,40% para -5,20%) (Reprodução/Getty Images)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 28 de julho de 2022 às 09h18.

Última atualização em 28 de julho de 2022 às 09h27.

O Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M) desacelerou a 0,21% em julho, após alta de 0,59% em junho, informou nesta quinta-feira, 28, a Fundação Getulio Vargas (FGV). O resultado ficou abaixo da mediana da pesquisa Projeções Broadcast, de 0,30%. O levantamento tinha piso de 0,13% e teto de 0,75%.

A inflação acumulada em 12 meses pelo IGP-M arrefeceu de 10,70% para 10,08%, também abaixo da estimativa intermediária do mercado, de 10,18%. No ano até julho, o indicador acumula alta de 8,39%.

Nas aberturas, o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA-M) arrefeceu de 0,30% para 0,21% em julho. O índice de preços no atacado acumula variação de 10,14% em 12 meses. O Índice de Preços ao Consumidor (IPC-M), por sua vez, registrou deflação de 0,28%, com alta de 9,02% acumulada em 12 meses.

Já o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC-M) desacelerou de 2,81% para 1,16%, conforme divulgado pela FGV na terça-feira. A alta acumulada em 12 meses é de 11,66%.

No acumulado de 12 meses, a inflação do IPC-M desacelerou a 9 02%, ante 10,23% em junho. Seis das oito classes de despesa do índice registraram alívio em suas taxas de variação em julho - três delas com deflação. A principal contribuição foi de Transportes (0,09% para -2,42%), com destaque para a gasolina, que aprofundou a queda de 0,19% para 7,26%.

Educação, Leitura e Recreação (2,63% para -0,86%), Habitação (0,65% para -0,30%), Saúde e Cuidados Pessoais (0,64% para 0,29%), Vestuário (1,52% para 0,73%) e Despesas Diversas (0,33% para 0 26%) foram os outros grupos a registrar arrefecimento na margem. O movimento foi puxado por desaceleração em passagem aérea (13,40% para -5,20%), tarifa de eletricidade residencial (-0,34% para -3,11%), artigos de higiene e cuidado pessoal (0,67% para -1,43%), roupas (1,75% para 0,65%) e serviços bancários (0,25% para 0,11%), respectivamente.

Na direção oposta, Alimentação (0,74% para 1,47%) e Comunicação (-0,49% para -0,16%) apresentaram aceleração da taxa em julho. Nesses grupos, os itens com maior peso foram laticínios (4,33% para 11,16%) e combo de telefonia, internet e TV por assinatura (-1,22% para -0,30%).

Segundo a FGV, os itens que mais contribuíram para o alívio do IPC-M em julho foram gasolina (-0,19% para -7,26%), tarifa de eletricidade residencial (-0,34% para -3,11%) e passagem aérea (13,40% para -5,20%). Tomate (-10,84% para -18,26%) e etanol (-6 25% para -9,41%) completam a lista.

Por outro lado, as principais pressões de alta partiram de leite tipo longa vida (6,13% para 21,83%), plano e seguro de saúde (0 65% para 1,17%) e refeições em bares e restaurantes (0,57% para 0,89%), seguidos por mamão papaia (-6,65% para 21,20%) e queijo muçarela (5,04% para 8,46%).

A desaceleração dos preços ao produtor industrial entre junho e julho (0,67% para 0,22%) puxou o alívio do Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA-M) do período (0,30% para 0,21%), informou a FGV. O IPA-M agropecuário, por sua vez, teve alta de 0,17%, ante recuo de 0,61% na leitura anterior.

A inflação acumulada pelo IPA-M total em 12 meses arrefeceu de 10,69% em junho para 10,14% em julho. O alívio também foi puxado pelos preços ao produtor industrial, que arrefeceram de 10,12% para 8,73% nessa base.

Nas aberturas por estágios de processamento, os bens finais subiram de 0,58% em junho para 0,69% em julho, alavancados pelo avanço de combustíveis para o consumo (-0,25% para 2,39%). Os bens intermediários aceleraram de 0,85% para 2,00%, devido a combustíveis e lubrificantes para a produção (6,81% para 9,96%).

As matérias-primas brutas intensificaram o ritmo de deflação (-0 52% para -2,13%), diante dos recuos de minério de ferro (-0,32% para -11,98%), algodão em caroço (2,28% para -14,02%) e milho em grão (-1,21% para -5,00%). Em contrapartida, os itens bovinos (-3,29% para 4,43%), leite in natura (4,40% para 13,46%) e mandioca/aipim (-4,24% para 8,02%) exerceram pressão para cima no grupo, em julho.

As principais pressões para baixo sobre o IPA-M partiram de minério de ferro (-0,32% para -11,98%), milho em grão (-1,21% para -5,00%) e soja em grão (-0,80% para -2,05%). Algodão em caroço (2,28% para -14,02%) e carne bovina (-1,24% para -3,22%) completam a lista.

Por outro lado, pressionaram o IPA-M para cima os itens óleo diesel (6,96% para 12,68%), leite in natura (4,40% e 13,46%) e bovinos (-3,29% para 4,43%), seguidos por leite industrializado (4,50% para 18,96%) e farelo de soja (-4,39% para 6,79%).

LEIA TAMBÉM: 

FMI sobe projeção para PIB do Brasil de 0,8% para 1,7% em 2022

Acompanhe tudo sobre:aluguel-de-imoveisFGV - Fundação Getúlio VargasIGP-MMercado imobiliário

Mais de Economia

Câmara aprova em 1º turno PEC que limita supersalários e restringe abono salarial

'Não é correto tratar o mercado como bloco monolítico', diz Galípolo, ao negar ataque especulativo

'Moedinhas' jogadas nos espelhos d'água da Presidência vão reforçar caixa do governo

AGU pede investigação sobre fake news que impactou o dólar