Economia

IBGE estima recuperação do varejo com Natal e IPI

As medidas tomadas pelo governo para reaquecer o consumo, com a redução do IPI para eletrodomésticos da linha branca, também devem ajudar nas vendas neste fim de ano

Segundo o IBGE, o Natal também deve ajudar o resultado das vendas do comércio, graças ao mercado de trabalho favorável e ao aumento da massa salarial (Marcelo Alvez/Agência Estado)

Segundo o IBGE, o Natal também deve ajudar o resultado das vendas do comércio, graças ao mercado de trabalho favorável e ao aumento da massa salarial (Marcelo Alvez/Agência Estado)

DR

Da Redação

Publicado em 13 de dezembro de 2011 às 11h08.

Rio de Janeiro - Apesar da estabilidade nas vendas do varejo em outubro ante setembro, o setor deve apontar recuperação nas próximas leituras por causa da proximidade do Natal. E as medidas tomadas pelo governo brasileiro para reaquecer o consumo, com a redução do Imposto para Produtos Industrializados (IPI) para eletrodomésticos da linha branca, também devem ajudar o varejo a registrar alta nas vendas neste fim de ano, avaliou o gerente da Coordenação de Serviços e Comércio do IBGE, Reinaldo Pereira.

Para ele, a medida já deu resultado durante a crise de 2008. "Não podemos falar em tendência de queda (no varejo) porque o governo vem atuando da mesma forma que atuou em 2008. Quando percebeu que poderia ser atingido pela crise financeira internacional, foram tomadas medidas de incentivo para o comércio interno, que foi justamente o que segurou o impacto da crise aqui. Medidas semelhantes estão sendo tomadas agora e acredito que poderemos ter o comércio interno mostrando resultados favoráveis", disse Pereira.

Ele acrescentou, contudo, que é preciso aguardar os efeitos dessas medidas, tanto do lado monetário quanto do lado fiscal, "e ver o que vai acontecer no comércio daqui para frente".

Segundo o pesquisador do IBGE, o Natal também deve ajudar o resultado das vendas do comércio neste fim de ano, graças ao mercado de trabalho favorável e ao aumento da massa salarial - mesmo que em ritmo menor. "A gente não faz previsão, mas como tem Natal, não tem como dizer que as vendas não melhoram", afirmou Pereira.

Móveis e eletrodomésticos

O setor de móveis e eletrodomésticos, com aumento de 13,3% no volume de vendas em outubro ante um ano antes, proporcionou o maior impacto (54%) na formação da taxa do varejo no período, de 4,3%, segundo a Pesquisa Mensal de Comércio (PMC), do IBGE. Em termos acumulados, o segmento assinala expansão de 17,3% para os dez primeiros meses do ano, ante igual período de 2010, e alta de 17,7% para os últimos 12 meses.

Na comparação com setembro, o aumento nas vendas foi de 1,1% em outubro. "Nós temos por trás a renda, a estabilidade do emprego, o aumento da massa salarial. As pessoas vêm com um consumo reprimido, exatamente dentro desses aparelhos eletroeletrônicos. Trocam televisão de tubo, por exemplo, por TV de LCD, PCs por laptops e tablets, geladeiras que consomem mais por geladeiras que consomem menos", explicou Pereira. "Agora que a parte fundamental, que é alimentação, está satisfeita, as pessoas podem ir para os supérfluos."

O movimento de móveis e eletrodomésticos mais do que compensou a alta de 2,3% na atividade de hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo, sobre outubro de 2010. O setor, que tem peso maior sobre a pesquisa, teve a segunda maior contribuição à taxa global do varejo (25%). A alta se justifica pelo aumento do poder de compra da população, mas os preços mais altos, sobretudo dos alimentos, impediram uma variação mais expressiva. Os resultados da atividade em termos de acumulados nos dez primeiros meses do ano e nos últimos 12 meses foram de 3,8% e 4,1%, respectivamente.

Acompanhe tudo sobre:ComércioEstatísticasIBGEImpostosIPILeãoVarejo

Mais de Economia

Oi recebe proposta de empresa de tecnologia para venda de ativos de TV por assinatura

Em discurso de despedida, Pacheco diz não ter planos de ser ministro de Lula em 2025

Economia com pacote fiscal caiu até R$ 20 bilhões, estima Maílson da Nóbrega

Reforma tributária beneficia indústria, mas exceções e Custo Brasil limitam impacto, avalia o setor