O total registrado superou o número de 988 mil de cidadãos sem ocupação em dezembro (Daniela de Lamare)
Da Redação
Publicado em 26 de janeiro de 2012 às 11h01.
Rio de Janeiro - Mesmo com o "manancial de evoluções favoráveis" no mercado de trabalho em 2011, ainda não é possível dizer que o Brasil está na posição de "pleno emprego", na análise do gerente da Pesquisa Mensal de Emprego (PME), Cimar Azeredo. Segundo o funcionário do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), apesar da taxa de desemprego de 4,7% em dezembro do ano passado - a menor da série histórica da pesquisa iniciada em 2002, com uma taxa média de desemprego de 6% ao longo de 2011 (também a mais baixa da série) - as disparidades regionais persistem.
Azeredo lembrou que, em Salvador, por exemplo, uma das seis principais regiões metropolitanas pesquisadas para a PME, é possível encontrar taxa de desemprego em torno de 9% na média anual de 2011. "Além destas disparidades regionais, temos ainda um número expressivo de números de trabalhadores sem carteira assinada, e de trabalhadores que não contribuem com a Previdência. O pleno emprego leva em conta outros indicadores, não somente a taxa de desocupação (desemprego)", afirmou. "Temos muito o que melhorar ainda", finalizou.
Em 2011, o porcentual de trabalhadores com carteira assinada no setor privado do mercado de trabalho foi de 48,5%, acima do apurado em 2010, de 46,3%. Isso representou 10,9 milhões de trabalhadores com carteira assinada no setor privado, segundo o IBGE, que anunciou hoje a (PME) de dezembro.
Em todas as seis regiões metropolitanas pesquisadas, o porcentual de empregados com carteira assinada no setor privado representou, aproximadamente, metade da população ocupada, variando de 43,9% no Rio de Janeiro a 52,0% em São Paulo. A região metropolitana de São Paulo permaneceu com a maior proporção desta categoria (52,0%). Como consequência do aumento do contingente de trabalhadores com carteira assinada, também aumentou o número de trabalhadores que contribuíam para a Previdência Social. Em 2003, 61,2% das pessoas ocupadas contribuíam para a Previdência; em 2010, 68,4% e, em 2011, esta proporção atingiu 71,0%.
Segundo o IBGE, a renda do trabalhador brasileiro apresentou cenário favorável em 2011, mas as disparidades nos ganhos ainda persistem. As mulheres ganharam, em média, 28% a menos do que os homens em 2011, conforme Azeredo. No ano passado, em média, as mulheres ganharam R$ 1.343,81 contra R$ 1.857,64 dos homens. Isso ocorre num ano em que o rendimento médio mensal habitualmente recebido no trabalho principal, de homens e de mulheres, foi estimado em R$ 1.625,46. A quantia é equivalente a aproximadamente três salários mínimos, e foi o valor anual médio mais elevado desde 2003, 2,7% superior a 2010.