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"É hora de investir no Brasil", diz Meirelles

As previsões otimistas do presidente do Banco Central são fundamentadas na forma de como o país entrou e saiu da crise

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Da Redação

Publicado em 23 de setembro de 2009 às 09h57.

O presidente do Banco Central Henrique Meirelles fez um discurso bastante otimista em relação à situação econômica brasileira e suas condições para sediar a Copa do Mundo de 2014, em evento realizado pela Câmara Portuguesa de Comércio no Brasil, nesta terça-feira (22/09). Segundo ele, esta é a hora certa para os empresários investirem no país. "Quem não fizer investimentos agora corre o risco de perder mercado", afirmou Meirelles.

As oportunidades de negócios nos mais variados setores da economia brasileira se intensificaram nos últimos meses, não só pela retomada de crescimento por que o país atravessa mas pela proximidade da realização do maior evento do futebol mundial. Segundo Meirelles, é importante ressaltar que o país atualmente garante boas possibilidades de retorno aos empresários.

O evento debateu sobre os possíveis caminhos de investimentos em infraestrutura no país tendo em vista a proximidade da Copa de 2014. "Isso aqui é uma vitrine do Brasil para o mundo. O intuito é mostrar a solidez da economia brasileira a fim de trazer turismo e investidores nacionais e internacionais", afirmou o presidente da Câmara Portuguesa de Comércio no Brasil, Manuel Tavares.

Porém, todo esse otimismo em torno do Brasil só pode ser explicado, segundo Meirelles, pela forma como o país entrou na crise, e pela forma como ele saiu dela.

Entrada na crise

Para ele, o bom desempenho da economia brasileira no pós-crise deveu-se a dois fatores básicos: disponibilidade de recursos pré-crise e ações corretas das instituições que regulam o mercado. Segundo ele, o país entrou na crise mundial com fundamentos sólidos, com capacidade de crescimento, com uma reserva de caixa de 205 bilhões de dólares e uma dívida externa do setor público um pouco acima de 80 bilhões de dólares.

O marco da entrada do país na recessão global de fato foi a quebra do banco Lehman Brothers, em setembro de 2008. Quando houve uma drástica paralisação dos investimentos internacionais, que na época representavam cerca de 19% das concessões de crédito brasileiras.

A partir daí, segundo Meirelles, uma série de ações do Banco Central foram preponderantes para que o país conseguisse sair da crise com a robustez de hoje. Foram elas: os empréstimos dos bancos estatais para substituir o capital estrangeiro; a venda de dólar para repatriar o capital; os investimentos diretos nos mercados futuros; a liberação de compulsórios para trazer de volta liquidez; entre outras. Mais tarde, com uma maior estabilidade, a taxa Selic foi cortada e estímulos fiscais concedidos.

Saída da crise

Os resultados apresentados pelo presidente do Banco Central falam por si só. O Brasil entrou com 205 bilhões de dólares em reserva de caixa e agora já apresenta 228 bilhões de reserva. "Já recompomos nossa reservas e, ainda, estamos com perspectivas de crescimento", afirmou Meirelles. Além disso, o endividamento público está decrescendo.

As taxas de crédito estão numa trajetória crescente, 45% é o total consolidado do país. No entanto, esse número ainda é baixo quando comparado aos países desenvolvidos.

O setor industrial, o maior impactado pelo desaquecimento financeiro global, já apresentou no segundo trimestre uma gradual e leve recuperação.

Os índices de desemprego atingiram o menor patamar no mês de julho desde dezembro do ano passado.

Entre outros aspectos positivos, está o crescimento da massa salarial; o aumento da confiança do consumidor e a retomada nas vendas de veículos.

"Isso tudo mostra o quanto estamos equilibrados e prontos para grandes investimentos no longo prazo", disse Meirelles.

 

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