EUA-China: "Os interesses comuns são mais importantes que as diferenças", afirmou o presidente chinês (Thomas Peter/Getty Images)
EFE
Publicado em 8 de novembro de 2018 às 12h17.
Última atualização em 8 de novembro de 2018 às 12h20.
Pequim - O ex-secretário de Estado dos Estados Unidos, Henry Kissinger, pediu nesta quinta-feira a Estados Unidos e China que adotem "uma perspectiva mais ampla" ao abordarem suas relações, que são vitais para o mundo e que se deterioraram nos últimos meses pela guerra comercial e as tensões no Mar da China Meridional.
"Estados Unidos e China são duas grandes potências e suas relações devem melhorar porque são de vital importância para ambos e para o mundo", disse hoje o veterano diplomata depois de se reunir em Pequim com o ministro das Relações Exteriores chinês, Wang Yi, informou o ministério do país asiático em comunicado.
Kissinger, de 95 anos, admitiu que nos EUA existe certa "hostilidade" contra a segunda maior economia do mundo, mas ponderou que esta não é a "corrente principal" da opinião pública de seu país, que não deve ver o gigante asiático como um "oponente".
"É necessário que as duas partes abordem suas relações de uma perspectiva mais ampla e alcancem consensos para conseguir um desenvolvimento estável e de longo prazo dos laços bilaterais", afirmou Kissinger, um dos artífices do restabelecimento das relações sino-americanas há mais de 40 anos.
Wang, por sua vez, considerou que China e Estados Unidos "podem" e "devem" resolver suas diferenças comerciais "de forma adequada", isto é, "através de um diálogo em pé de igualdade".
"A cooperação pode ser benéfica para ambas as partes e é a única opção correta para os dois países. Os interesses comuns são mais importantes que as diferenças", acrescentou o chanceler chinês.
Na terça-feira, o vice-presidente chinês, Wang Qishan, disse em Singapura que o país asiático está preparado para iniciar um diálogo com os EUA para chegar a um acordo "aceitável para as duas partes" em matéria comercial.
As duas principais potências econômicas do mundo mantêm desde julho uma guerra tarifária, que se soma a uma série de recentes episódios de tensão no Mar da China Meridional, onde navios americanos navegaram por águas que a China reivindica como suas, ato que Pequim considera uma "provocação".
A oferta do vice-presidente chinês e as palavras do chanceler coincidem com o anúncio recente do reatamento nesta sexta-feira da segunda rodada de diálogo sobre segurança e diplomacia em Washington, que tinha sido adiada em outubro.
O reatamento dos contatos acontece depois da conversa que Trump e o presidente chinês, Xi Jinping, mantiveram na semana passada. Os dois se reunirão na próxima cúpula do G20 que será realizada no fim deste mês na Argentina.