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Haddad se reúne com Fazenda e BC para montar plano anti-spread

A medida é impopular entre os bancos, mas os petistas acreditam que o pequeno e o médio empresário devem comemorar a retomada de acesso ao crédito

Fernando Haddad: "Nós entendemos que chegou o momento de enfrentar, de uma vez por todas, a questão do crédito no Brasil" (Fernando Haddad/Getty Images)
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EXAME Hoje

Publicado em 30 de julho de 2018 às 06h08.

Última atualização em 30 de julho de 2018 às 08h57.

Em mais um episódio de seu périplo no mercado financeiro, o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad (PT) tem encontro marcado nesta segunda-feira com o ministro da Fazenda , Eduardo Guardia, e o presidente do Banco Central , Ilan Goldfajn. A ideia é reunir dados para embasar o programa de tributação adicionada aos bancos para baixar o spread, uma das principais propostas econômicas da campanha petista ao Planalto.

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Haddad, além de plano B do partido para o pleito, é coordenador de campanha à Presidência de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). “Nós entendemos que chegou o momento de enfrentar, de uma vez por todas, a questão do crédito no Brasil”, disse Haddad em entrevista a EXAME. “Não podemos continuar convivendo com taxas de juros que espoliam a população, com o cartão de crédito e o cheque especial [sendo usados] como linhas de crédito em um patamar de juros completamente desconectado da Selic e da inflação”.

O encontro é importante também para sentir o clima de recepção da proposta. A medida é impopular entre os bancos, mas os petistas acreditam que o pequeno e o médio empresário devem comemorar a retomada de acesso ao crédito. Em sua coluna na revista VEJA, o ex-ministro da Fazenda Maílson da Nóbrega chama a medida de “intervencionista” e pouco eficaz.

“No último relatório sobre o mercado bancário, o BC informou que o spread médio se divide em quatro partes: (1) o custo da inadimplência (37,4% do total), (2) despesas administrativas (31,4%), (3) tributos e contribuições para o Fundo de Garantia de Crédito (22,7%) e margem financeira, isto é, o lucro dos bancos (8,5%)”, diz Nóbrega. “Se lesse o documento, Haddad se daria conta de que 91,5% do spread bancário se referem a custos sobre os quais os bancos não têm qualquer controle. Assim, o tributo incidiria apenas sobre 8,5% do spread.”

O trabalho de Haddad, na teoria, termina dia 15 de agosto, prazo final de registro das candidaturas. A partir daí, segundo afirmou a EXAME, voltará a dar aulas. O desafio quixotesco de bater de frente com os bancos caberia ao provável cabeça de chapa, o ex-presidente Lula.

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