Economia

Haddad diz que já apresentou a Lula propostas para a reforma tributária da renda

O ministro da Fazenda, entretanto, não detalhou quais serão os principais pontos do projeto governista que afetará os salários e o patrimônio dos brasileiros

Fernando Haddad: o ministro da Fazenda voltou a defender que o governo deve cumprir a meta fiscal, mas depende de decisões do Legislativo e do Judiciário (Andressa Anholete/Getty Images)

Fernando Haddad: o ministro da Fazenda voltou a defender que o governo deve cumprir a meta fiscal, mas depende de decisões do Legislativo e do Judiciário (Andressa Anholete/Getty Images)

Antonio Temóteo
Antonio Temóteo

Repórter especial de Macroeconomia

Publicado em 20 de agosto de 2024 às 11h03.

Última atualização em 20 de agosto de 2024 às 12h13.

Tudo sobreReforma tributária
Saiba mais

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta terça-feira, 20, que já apresentou ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva propostas para a reforma tributária da renda. Entretanto, ele não detalhou quais serão os principais pontos do projeto governista que afetará os salários e o patrimônio dos brasileiros. As declarações foram feitas durante o Macro Day, evento organizado pelo banco BTG Pactual (do mesmo grupo de controle da EXAME).

"Já apresentamos para o presidente da República cenários que entendemos consistentes com objetivos anunciados com ele durante a campanha [para a reforma da renda]. Nós vamos apresentar para o governo cenários de mudança na renda. O presidente vai avaliar junto aos outros ministros. Tem impacto político, de comunicação. Vamos explicar os cenários os ministros e o presidente define se [o texto consolidado será apresentado ao Legislativo] esse ano ou no próximo ano", disse.

O Macro Day está disponível online e pode ser visto aqui.

Cumprimento da meta fiscal

Haddad também voltou a afirmar que o governo buscará cumprir a meta fiscal em 2024 e nos próximos anos. Entretanto, o ministro disse, mais uma vez, que esses resultados dependem de decisões do Legislativo e do Judiciário. Ele citou como exemplo a necessidade de o Congresso aprovar o projeto de lei de reoneração gradual da folha de pagamentos.

"A meta está fixada em lei. Se todo mundo fizer o que está determinado ou pela lei ou pela Justiça, nós vamos transitar 'numa boa' por 2024, 2025, e 2026. O Brasil vai crescer e de forma sustentável. A Fazenda tem a prerrogativa de apresentar uma trajetória consistente para a economia. Mas o resultado depende do cumprimento das obrigações pelos Poderes. Tudo me leva a crer, até pela postura do Senado em relação a decisão do Supremo [sobre a reoneração da folha], que o relatório do senador Jaques será aprovado e vamos colocar para dentro recursos que não estão em caixa por decisão [do Congresso] de derrubar um veto", disse.

Crescimento econômico

Outro tema comentado por Haddad foi o desempenho do Produto Interno Bruto (PIB). Segundo ele, não existe solução para a economia brasileira que não passe pelo crescimento. E o objetivo, disse o ministro, é crescer no mesmo patamar ou acima da média mundial.

"Não existe solução para a economia brasileira que não passe pelo crescimento. E queremos crescer em patamar igual ou acima da média mundial", disse.

O sucesso, porém, também inspira cuidados.

"Estamos crescendo a 3% e temos pensar nas variáveis que precisam ser ajustadas. Olhar para formação bruta de capital, se está tendo investimento, se teremos gargalo de oferta, se o mercado de trabalho está se comportando bem, se estamos capacitando trabalhadores. Isso precisa ser pensado de forma orgânica", afirmou.

Reforço no controle de benefícios fiscais

O reforço no controle para a concessão de benefícios sociais também foi apontado por Haddad como uma das medidas da equipe econômica para controlar o crescimento dos gastos públicos.

Segundo ele, esse movimento não significa uma ortodoxia do governo, mas uma retomada dos processos de controle para elegibilidade necessária o pagamento dos benefícios.

"Ninguém pode ser contra a ter um programa consistente e transparente. Que as condições de elegibilidade sejam verificadas mês a mês. Os programas sociais perdem o sentido de corrigir desigualdades a partir do momento que não tem critério para aderir aos programas", afirmou. "Estamos em um momento particularmente favorável para fazer esse ajuste."

Acompanhe tudo sobre:Fernando HaddadReforma tributáriaLuiz Inácio Lula da Silva

Mais de Economia

Volta de rastreamento de bebidas pode garantir R$ 15 bilhões em receitas extras

Brasil e México se posicionam como principais produtores de metais da América Latina

Boletim Focus: mercado eleva projeção do IPCA de 2024 pela quinta semana consecutiva

Reforma tributária: 'desconto automático do imposto nas vendas impactará caixa das micro e pequenas'

Mais na Exame