Economia

Guedes: "Economia está muito mais saudável com dólar a R$ 5 e juros de 2%"

Para o ministro, câmbio está em seu nível de equilíbrio

Guedes: segundo ele, o câmbio está em seu nível de equilíbrio (Cristiano Mariz/Arquivo Abril)

Guedes: segundo ele, o câmbio está em seu nível de equilíbrio (Cristiano Mariz/Arquivo Abril)

AO

Agência O Globo

Publicado em 23 de novembro de 2020 às 19h14.

Última atualização em 23 de novembro de 2020 às 19h23.

O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse nesta segunda-feira que considera melhor para a situação econômica do país um dólar cotado na casa de 5 reais com juros a 2% do que a moeda americana desvalorizada com juro alto. Nesta segunda, o dólar opera em alta e volta a passar de 5,40 reais.

"Nós estávamos em um endividamento em bola de neve, pagando juros altíssimos e com câmbio sobrevalorizado. Uma combinação bastante perversa de dois preços críticos na economia. A economia está muito mais saudável. Invés de [ter] juro a 10%, 12% e o câmbio a 1,80 real, a economia está muito mais saudável com juro de 2% e câmbio de 5 reais. É muito melhor", disse o ministro, em transmissão ao vivo para o mercado financeiro.

Para Guedes, o câmbio está em seu nível de equilíbrio e o dólar já fez seu overshooting, ou seja, bateu a máxima e voltou a patamares mais baixos.

"Acredito inclusive que o câmbio brasileiro já fez o overshooting. Quando você troca o patamar de equilíbrio, ele normalmente dispara, passa do nível de equilíbrio e depois aterrissa no nível mais baixo. Eu acho que nós já fizemos o overshooting se prosseguimos com as reformas", disse o ministro.

Perda de empregos

O ministro disse também que o ritmo de geração de empregos observado nos últimos meses deve desacelerar. Ele prevê uma perda aproximada de 300.000 vagas formais de trabalho em 2020.

Até setembro, o país registrou uma perda líquida (admissões menos demissões) de 558.000 empregos formais. Os saldos negativos foram registrados de março a junho, com o fechamento das atividades pelo país devido à pandemia. De julho a setembro, no entanto, houve geração de vagas.

"É possível que termine o ano com perda de 300.000 vagas no mercado formal. Isso é um resultado muito importante. Nós vamos ficar entre um quinto e um terço das perdas das recessões anteriores. A maior crise na história do Brasil, o mercado de trabalho perder 300.000 empregos é um resultado bastante expressivo", disse o ministro.

Ele afirmou que a perda de empregos neste ano representará cerca de 20% do resultado negativo observado em 2015 e 2016. Em 2015 e 2016, houve perda de 1,5 milhão e 1,3 milhão de empregos com a crise econômica vivida pelo país, respectivamente.

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