Economia

Greve leva brasileiro a estocar produtos essenciais

O segmento de supermercados e hipermercados teve crescimento de 23% nas receitas quarta e quinta-feira

Compras: houve aumento no segmento de super e hipermercados (Alexandre Battibugli / EXAME/Exame)

Compras: houve aumento no segmento de super e hipermercados (Alexandre Battibugli / EXAME/Exame)

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Reuters

Publicado em 26 de maio de 2018 às 16h31.

SÃO PAULO (Reuters) - A greve dos caminhoneiros levou os brasileiros a correrem para estocar produtos de primeira necessidade, mudando seus hábitos de consumo no momento em que o bloqueio de rodovias passou a afetar o abastecimento no país, mostrou pesquisa divulgada nesta sábado.

A receita de vendas em postos de combustíveis-- os primeiros produtos a registrarem desabastecimento- -chegou a dobrar quarta e quinta-feira na comparação com a média diária do início do mês de maio, mostrou o Índice Cielo do Varejo Ampliado (ICVA) sobre o comportamento do consumo no país entre os dias 23 e 25 de maio, após o início da greve dos caminhoneiros, no dia 21,segunda-feira.

O aumento na receita veio em meio ao crescimento da quantidade de vendas e do gasto médio, que subiram 53% e 31%, respectivamente, no mesmo período.

No entanto, na sexta-feira houve queda de 28% na receita de vendas, afetada pela baixa na quantidade de vendas realizadas (-38 por cento) em meio à diminuição na oferta, com diversos estabelecimentos fechados. O gasto médio, entretanto, seguiu em alta, com 15 por cento.

O segmento de supermercados e hipermercados teve crescimento de 23% nas receitas quarta e quinta-feira, ampliando o ganho para 52% na sexta-feira, ficando atrás apenas da receita registrada no sábado véspera do Dia das Mães.

O aumento no segmento de super e hipermercados refletiu de forma similar o crescimento tanto na quantidade de vendas quanto no gasto médio, que também tiveram as maiores altas na sexta-feira.

"O ICVA nos evidencia que a população brasileira tem se preocupado com itens de necessidade básica. Porém, pode ocorrer que esse segmento também seja afetado pela eventual escassez de produtos", disse Gabriel Mariotto, diretor de Inteligência da Cielo, em comunicado.

O setor de alimentação (bares e restaurantes) registrou queda de 8% na quinta-feira em comparação com a semana anterior, devido, principalmente, à diminuição da quantidade de vendas, que também caiu 8 por cento.

Vestuário e artigos desportivos teve comportamento parecido, com quedas de 10% na receita e de 12% na quantidade de vendas.

Os setores de móveis, eletrodomésticos e lojas de departamento, e de materiais para construção também registraram quedas na receita na quinta-feira em relação à semana anteriores, de 19 e 16%, respectivamente. Os dois resultados foram afetados pela redução na quantidade de produtos vendidos.

A paralisação dos caminhoneiros contra a alta do diesel entrou no sexto dia neste sábado, afetando o abastecimento no país e ainda com bloqueios em estradas. O governo vai começar a aplicar multas de 100 mil reais por hora parada para as transportadoras que não voltarem à atividade após o recente acordo.

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