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Gregos apoiam negociação de Tsipras com credores

Pesquisa divulgada nesta semana mostra que 54,7% dos entrevistados consideram que a possibilidade de uma quebra a curto prazo é real

Alexis Tsipras: apesar do pessimismo, 48,5% dos gregos estão satisfeitos com o trabalho e os esforços do governo de Tsipras, e 30,6% não estão (REUTERS/Alkis Konstantinidis)
DR

Da Redação

Publicado em 10 de abril de 2015 às 11h16.

Atenas - Com a corda cada vez mais no pescoço após receber um novo prazo do Fundo Monetário Internacional ( FMI ), e sem conseguir ainda um acordo com os credores que ofereça um alívio econômico ao país, o governo de Alexis Tsipras continua a contar com o maciço apoio de uma população que já não descarta a falência.

Segundo uma pesquisa do instituto Metrisis encomendada pelo jornal "Proto Thema" e divulgada nesta semana, 54,7% dos entrevistados, consideram que a possibilidade de uma quebra a curto prazo é real. A maioria da população, 52,6%, acha possível uma saída da zona do euro , embora 65,7% não deseje isso.

Apesar do pessimismo, 48,5% dos gregos estão satisfeitos com o trabalho e os esforços do governo de Tsipras, e 30,6% não estão.

"À medida em que o tempo passa, cresce a incerteza na economia real, vemos que aumenta o perigo de falência e é horrível pensar nessa possibilidade", disse Lina, uma advogada de 32 anos que, como muitos outros, continua a apoiar o governo, porque, argumentou, o governo anterior não só não conseguiu melhorar a crise, mas a aguçou.

"Temos que entender que Tsipras assumiu um país destroçado e temos que ajudá-lo", fez coro Lambros, um desempregado de 55 anos que afirmou que caso tenha de optar entre a devolução de um pagamento ao FMI e suspender por alguns meses o pagamento de salários e pensões, preferiria que os cidadãos não recebessem.

Lambros acredita que os gregos viram no partido Syriza a última esperança, e por isso crê que poderiam aceitar a suspensão do pagamento de salários e pensões por dois ou três meses.

"Já encontraram fórmulas sociais para cobrir esses três meses", comentou Lambros, que, no entanto, acredita que os credores darão à Grécia o fôlego que ela precisa.

Fotis, zelador de um edifício comercial em Atenas, também se mostra otimista de que haverá acordo e que o FMI aceitará, no pior dos casos, um adiamento do pagamento. Ao contrário de Lambros, ele acredita que, diante da dúvida, é melhor pagar salários e aposentadorias, pois "o que o país precisa atualmente é que o dinheiro circule para que a economia possa voltar a crescer".

Após o pagamento da parcela de 450 milhões de euros ao FMI, o país ainda deve enfrentar neste mês 200 milhões de euros em compensação de juros e o abono de 500 milhões de euros em salários e pensões correspondentes à segunda quinzena de abril.

Em maio haverá uma nova parcela do problema, ainda maior, com o vencimento para o FMI de 746 milhões de euros, mais o pagamento mensal de salários e pensões de pouco mais de um bilhão de euros.

Por enquanto não há dados oficiais sobre o dinheiro que ainda há em caixa, mas ninguém esconde que a crise de liquidez é cada vez mais latente, levando em conta que a Grécia se financia por si mesma desde agosto do ano passado, quando a 'troika' desembolsou a última parcela do pacote de ajuda ao país.

Mas se a queda de braço entre o governo e os credores fez ressurgir algo, foi o sentimento de "orgulho nacional".

Segundo uma pesquisa do instituto Public Issue para o jornal "Avgi", divulgada no último domingo, 82% dos cidadãos sentem orgulho nacional, e somente 17% não compartilham deste sentimento.

Esta pesquisa reflete um crescente apoio da população à forma como o governo está administrando a negociação com os credores: 63% apoiam, um pouco mais do que os 58% em março.

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Segundo uma pesquisa do instituto Metrisis encomendada pelo jornal "Proto Thema" e divulgada nesta semana, 54,7% dos entrevistados, consideram que a possibilidade de uma quebra a curto prazo é real. A maioria da população, 52,6%, acha possível uma saída da zona do euro , embora 65,7% não deseje isso.

Apesar do pessimismo, 48,5% dos gregos estão satisfeitos com o trabalho e os esforços do governo de Tsipras, e 30,6% não estão.

"À medida em que o tempo passa, cresce a incerteza na economia real, vemos que aumenta o perigo de falência e é horrível pensar nessa possibilidade", disse Lina, uma advogada de 32 anos que, como muitos outros, continua a apoiar o governo, porque, argumentou, o governo anterior não só não conseguiu melhorar a crise, mas a aguçou.

"Temos que entender que Tsipras assumiu um país destroçado e temos que ajudá-lo", fez coro Lambros, um desempregado de 55 anos que afirmou que caso tenha de optar entre a devolução de um pagamento ao FMI e suspender por alguns meses o pagamento de salários e pensões, preferiria que os cidadãos não recebessem.

Lambros acredita que os gregos viram no partido Syriza a última esperança, e por isso crê que poderiam aceitar a suspensão do pagamento de salários e pensões por dois ou três meses.

"Já encontraram fórmulas sociais para cobrir esses três meses", comentou Lambros, que, no entanto, acredita que os credores darão à Grécia o fôlego que ela precisa.

Fotis, zelador de um edifício comercial em Atenas, também se mostra otimista de que haverá acordo e que o FMI aceitará, no pior dos casos, um adiamento do pagamento. Ao contrário de Lambros, ele acredita que, diante da dúvida, é melhor pagar salários e aposentadorias, pois "o que o país precisa atualmente é que o dinheiro circule para que a economia possa voltar a crescer".

Após o pagamento da parcela de 450 milhões de euros ao FMI, o país ainda deve enfrentar neste mês 200 milhões de euros em compensação de juros e o abono de 500 milhões de euros em salários e pensões correspondentes à segunda quinzena de abril.

Em maio haverá uma nova parcela do problema, ainda maior, com o vencimento para o FMI de 746 milhões de euros, mais o pagamento mensal de salários e pensões de pouco mais de um bilhão de euros.

Por enquanto não há dados oficiais sobre o dinheiro que ainda há em caixa, mas ninguém esconde que a crise de liquidez é cada vez mais latente, levando em conta que a Grécia se financia por si mesma desde agosto do ano passado, quando a 'troika' desembolsou a última parcela do pacote de ajuda ao país.

Mas se a queda de braço entre o governo e os credores fez ressurgir algo, foi o sentimento de "orgulho nacional".

Segundo uma pesquisa do instituto Public Issue para o jornal "Avgi", divulgada no último domingo, 82% dos cidadãos sentem orgulho nacional, e somente 17% não compartilham deste sentimento.

Esta pesquisa reflete um crescente apoio da população à forma como o governo está administrando a negociação com os credores: 63% apoiam, um pouco mais do que os 58% em março.

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