George Soros, fundador do Soros Fund Management, posa para uma foto durante uma entrevista em Budapeste, na Hungria (Akos Stiller/Bloomberg)
João Pedro Caleiro
Publicado em 24 de março de 2015 às 12h23.
São Paulo - A Grécia tem uma chance de 1 em 2 de sair da zona do euro, de acordo com George Soros.
"É um jogo de perda-perda", disse o investidor e bilionário de 84 anos em entrevista para a Bloomberg feita de sua casa em Londres e publicada nesta terça-feira.
Ele acredita que o país é uma ferida antiga que foi mal conduzida por todas as partes desde o início. Empurrar a situação para frente sem efetivamente pagar as dívidas é uma possibilidade, mas neste interím "não haverá superávit primário porque o país está indo pelo ralo".
Soros diz que existe base para um entendimento do país com o resto da União Europeia e que sua saída da zona do euro teria consequências muito ruins.
O primeiro-ministro da Grécia, Alexis Tsipras, encontrou a premiê alemã Angela Merkel nesta segunda-feira depois que o clima entre os dois países esquentou na semana passada. A maioria dos alemães já quer que os gregos saiam do euro.
O novo governo da Grécia tem prometido reformas para conseguir que o dinheiro de resgate continue fluindo enquanto negocia novos termos com seus credores - o trio FMI, Banco Central Europeu e a Comissão Europeu.
Ucrânia
Outro problema da Grécia, segundo Soros, é que ela está distraindo a Europa da questão da Ucrânia, que ele considera mais importante e "preto e branco", com origem claramente externa (no caso, o conflito com a Rússia).
Recentemente, o FMI revisou a projeção para o PIB da Ucrânia em 2015 de 1% de crescimento para uma recessão de 5,5%.
Soros diz que a vantagem de Putin é que ele está disposto a ir para a guerra; a vantagem do Ocidente é que eles tem mais capacidade para ultrapassar os russos em auxílio financeiro.