Economia

Governo vê dívida bruta atingir pico em 2027 a 81,8% do PIB

Dívida atualmente é de 78,6% do PIB; trajetória, porém, depende de novas medidas de aumento estrutural da arrecadação

Rogério Ceron, secretário do Tesouro Nacional (Diogo Zacarias/ Ministério da Fazenda/Flickr)

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Agência o Globo
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Publicado em 16 de dezembro de 2024 às 15h54.

Última atualização em 16 de dezembro de 2024 às 16h57.

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O governo Luiz Inácio Lula da Silva atualizou as projeções para a dívida bruta e prevê um crescimento até 2027, a 81,8% do Produto Interno Bruto (PIB), segundo o Relatório de Projeções Fiscais do 1º semestre de 2024, divulgado pelo Tesouro Nacional nesta segunda-feira, 16. Depois, o endividamento entraria em trajetória de queda, chegando a 75,6% do PIB em 2034.

Para este ano, a expectativa do Tesouro é de que a dívida termine em 77,7%, aquém do resultado até outubro, de 78,6% do PIB, segundo dados do Banco Central. Em 2023, a dívida foi de 74,4% do PIB.

As estimativas divulgadas nesta segunda-feira são maiores do que no último relatório do Tesouro, publicado em abril. No documento anterior, a expectativa era de que o ponto mais alto da relação dívida/PIB também seria em 2027, mas com percentual de 79,7%. Segundo o órgão, em média, a trajetória da projeção atual está 3,4 p.p. acima da anterior.

“O deslocamento para cima na trajetória da DBGG desde o último relatório se deve à diferença na Grade de Parâmetros Macroeconômicos, especificamente à projeção de uma taxa de juros mais alta, principalmente nos primeiros três anos do horizonte de projeções”, diz o Tesouro, no relatório.

O relatório aponta ainda que as contas do Governo Central devem registrar superávit primário apenas em 2027.

Medidas necessárias para ajuste

Mesmo essa trajetória maior depende, porém, de novas medidas de aumento estrutural de arrecadação, reconhece o Tesouro. Para chegar ao cenário de referência, o órgão estima que novos esforços de, em média, 0,8% do PIB serão necessários de 2026 a 2028. Caso contrário, a dívida bruta cresceria por mais tempo, atingindo um pico de 83,1% do PIB em 2028, e cederia para até 80,8% do PIB em 2034, 6,4 pontos do PIB acima do nível observado em 2023.

Segundo o Tesouro, em média, haveria um superávit primário de 1,0 p.p. do PIB do Governo Geral contra despesas de juros equivalentes a 6,0 p.p. do PIB por ano.

Expectativas futuras

“As expectativas de resultados primários positivos e de redução dos juros/PIB serão determinantes para assegurar a trajetória de queda da DBGG/PIB no médio prazo para além das estimativas feitas no cenário de referência em questão.”

As projeções deveriam ter sido atualizadas meses atrás, mas a divulgação sofreu atraso devido à greve dos servidores do Tesouro Nacional. Nas informações complementares do Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA), já havia indicação de que o governo atualizaria a projeção e passaria a prever uma dívida superior a 80% do PIB.

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