Economia

Governo terá que fazer trocas em comissão da Eletrobras, diz relator

Governo federal tem dito que pretende concluir a privatização da Eletrobras até o final de 2018

Eletrobras: até maio, está prevista a venda pela estatal de seis distribuidoras de energia (repro/VEJA)

Eletrobras: até maio, está prevista a venda pela estatal de seis distribuidoras de energia (repro/VEJA)

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Reuters

Publicado em 27 de março de 2018 às 16h35.

Brasília - O governo do presidente Michel Temer precisará apelar ao recurso de trocar membros de uma comissão que analisa o projeto de lei de privatização da Eletrobras na Câmara dos Deputados se quiser aprovar o texto, disse nesta terça-feira o relator da matéria, deputado federal José Carlos Aleluia (DEM-BA).

"Com o time que está na comissão... evidente que vai terminar um Brasil e Alemanha se não mudar", disse ele, em referência à goleada por 7 a 1 sofrida pela seleção brasileira diante dos alemães na Copa do Mundo de futebol de 2014.

Ainda assim, Aleluia disse acreditar que é possível aprovar a desestatização na Câmara.

"É só o governo fazer um pouco de esforço e passar na comissão, porque no Plenário vai passar", disse ele a jornalistas, após participar de evento do Tribunal de Contas da União (TCU) sobre a privatização da elétrica em Brasília.

Analistas de política da corretora XP alertaram logo após a primeira reunião da comissão da Eletrobras, no início do mês, que a base aliada do presidente Temer parecia "desorganizada" e com dificuldades para tocar as discussões em meio a tentativas de obstrução da oposição, liderada por partidos de esquerda.

Na semana passada, o cenário voltou a se repetir e, após uma tumultuada sessão na terça-feira, um encontro previsto para a quarta-feira foi cancelado. Na ocasião, Aleluia chegou a dizer que faltava "foco" do governo para fazer o projeto avançar.

Nesta terça-feira, ele voltou a reclamar do ritmo dos trabalhos no colegiado.

"A comissão tem 35 membros, o governo tem maioria. Mas quando você abre o registro de presença, o governo demora uma hora e meia para colocar 18 (membros). E depois, durante o debate, fica o presidente Hugo Motta (MDB-PE) e mais eu e meia dúzia, enquanto a oposição consegue botar os titulares e suplentes", afirmou.

Uma reunião prevista para a tarde desta terça-feira foi cancelada. Entre os requerimentos que estavam na pauta, há pedidos para que sejam convidados a participar de audiências públicas o ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho, o presidente da Eletrobras, Wilson Ferreira Junior, e o diretor-geral da Aneel, Romeu Rufino, entre outros, segundo nota da Agência Câmara.

O governo federal tem dito que pretende concluir a privatização da Eletrobras até o final de 2018. Antes, até maio, está prevista a venda pela estatal de seis distribuidoras de energia, em um leilão previsto por enquanto para 21 de maio.

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