Economia

Governo teme aprovação de aumento maior no INSS

Brasília - A equipe econômica está preocupada que a base do governo na Câmara dos Deputados ceda às pressões em ano de eleições e aprove um aumento maior aos aposentados do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). O maior temor é que se repita agora o que ocorreu na votação de projeto que tratava da […]

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h45.

Brasília - A equipe econômica está preocupada que a base do governo na Câmara dos Deputados ceda às pressões em ano de eleições e aprove um aumento maior aos aposentados do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). O maior temor é que se repita agora o que ocorreu na votação de projeto que tratava da repartição entre os Estados das receitas dos royalties de exploração de petróleo da camada do pré-sal, quando os deputados ignoraram acordo de liderança fechado com o governo e mudaram a proposta.

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, se reuniu, no final da manhã, com os ministros Alexandre Padilha (Relações Institucionais), Paulo Bernardo (Orçamento), Carlos Eduardo Gabas (Previdência) e o líder do governo na Câmara, Cândido Vaccarezza (PT-SP). Segundo Padilha, a orientação do ministro Mantega é "ouvir" o que os líderes da base estão propondo. "Estamos muito cabreiros com propostas de acordo que depois não são cumpridas na hora da votação. O pré-sal foi isso. Queremos ouvir o que os lideres da base estão realmente propondo para poder ter uma proposta concreta", afirmou Padilha, depois da reunião com Mantega, no Ministério da Fazenda.

Segundo Padilha, Vaccarezza vai se reunir ainda hoje, na hora do almoço, com os líderes da base do governo para discutir o problema. Várias emendas apresentadas pelos parlamentares garantem um reajuste maior do que o acordo inicial feito pelo governo com as centrais sindicais. "No limite vamos para o voto", avisou o ministro das Relações Institucionais. Ele argumentou que os parlamentares não podem "seguir todas a votações atrás da tensão eleitoral"."A questão eleitoral não pode contaminar a responsabilidade fiscal do País", disse. O ministro acrescentou que os parlamentares da base e da oposição devem ter responsabilidade com as contas públicas.

O ministro advertiu ainda que o governo já chegou ao seu limite ao propor um reajuste dos aposentados do INSS que ganham até um salário mínimo com a correção da inflação e mais 100% da variação do Produto Interno Bruto (PIB) dos dois últimos anos. Para os aposentados do INSS que ganham acima do salário mínimo, a proposta é de aumento com a correção da inflação mais 50% da variação do PIB.

"O governo chegou ao seu limite naquilo que poderia fazer um acordo. O governo tem garantido um aumento real para dois terços dos aposentados brasileiros igual ao aumento do salário mínimo e, para aqueles que ganham mais de um salário mínimo, o governo está garantido um aumento real da inflação e mais 50% do PIB", disse. Segundo ele, o governo já cedeu quando fez esse acordo com as centrais sindicais. Em meio às negociações, cerca de 700 aposentados das bases da Força Sindical programaram uma manifestação para hoje, às 14 horas, na Câmara dos Deputados, para pressionar os parlamentares a votar a MP que estabelece o reajuste dos aposentados que ganham acima do salário mínimo.

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