Henrique Meirelles: pela manhã, o ministro da Fazenda afirmou que no próximo dia 22 será anunciado se haverá necessidade de aumento de impostos (Adriano Machado/Reuters)
Reuters
Publicado em 15 de março de 2017 às 17h40.
São Paulo/Brasília - O governo federal já tem uma lista com possíveis impostos que podem ser elevados para melhorar a receita neste ano e tentar garantir o cumprimento do resultado primário, que inclui, por exemplo, a Cide sobre combustíveis, informaram duas fontes da equipe econômica à Reuters nesta quarta-feira.
A decisão de aumentar ou não os tributos, no entanto, ainda não foi tomada.
Pela manhã, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, afirmou que no próximo dia 22 será anunciado se haverá necessidade de aumento de impostos, data em que divulga o relatório de receitas e despesas do primeiro bimestre.
Segundo uma das fontes, há temores de que uma elevação da Cide possa ter impacto na inflação, ainda que o avanço de preços na economia tenha mostrado trajetória favorável nos últimos meses.
É justamente essa evolução positiva que tem aberto espaço para a diminuição da taxa básica de juros, vista como uma das únicas armas do governo para dar ímpeto à economia.
Outra alternativa é a elevação da alíquota do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) sobre operações de câmbio.
Contas da equipe econômica apontam potencial de arrecadação de 4 a 5 bilhões de reais em caso de aumento de 1 a 2 pontos percentuais em cima das atuais alíquotas.
Hoje, a taxa é de 1,1 por cento para transações em espécie e de 6,38 por cento para transações com cartões.
Eventual aumento nos impostos viria num momento de turbulência para o governo, em meio a protestos de movimentos sociais e forte resistência de parlamentares em relação à reforma da Previdência.
O governo, no entanto, tem dito que será difícil atingir a meta de resultado primário neste ano, mesmo com a recuperação da atividade dando alguns sinais.