Ministérios: no documento, o governo elevou a receita líquida esperada para o ano em 2,775 bilhões de reais, a 1,344 trilhão de reais (Arquivo/Wikimedia Commons/Wikimedia Commons)
Reuters
Publicado em 22 de novembro de 2019 às 11h16.
Última atualização em 22 de novembro de 2019 às 15h08.
São Paulo — O governo melhorou sua projeção de receitas para 2019 ao incorporar nas contas orçamentárias o pagamento de dividendo complementar aprovado pelo BNDES referente ao lucro do primeiro bimestre, conforme relatório receitas e despesas divulgado nesta sexta-feira pelo Ministério da Economia.
No documento, o governo elevou a receita líquida esperada para o ano em 2,775 bilhões de reais, a 1,344 trilhão de reais. Já a estimativa de despesas caiu 4,461 bilhões de reais, a 1,459 trilhão de reais.
"A avaliação sinaliza a possibilidade de ampliação dos limites de empenho e movimentação financeira no montante de 7,2 bilhões de reais, para cumprimento da meta fiscal", diz o relatório, ressalvando que essa possibilidade está condicionada aos limites do teto de gastos.
O relatório mostra um ajuste de 4,7 bilhões de reais na estimativa de receitas com dividendos por conta do pagamento adicional do BNDES. A expectativa de receitas com exploração de recursos naturais foi elevada em 1,1 bilhão de reais, refletindo uma valorização do preço do minério de ferro e uma recuperação da produção e também um aumento da produção de petróleo e gás.
Outras receitas, como da Previdência e da Cofins, foram revistas para baixo.
Em relatório extemporâneo divulgado na semana passada, o governo já havia contabilizado todos os recursos do leilão da cessão onerosa em 2019 para fazer a repartição proporcional com Estados e municípios. Na ocasião, também foi anunciado que haveria um descontingenciamento total de gastos do Orçamento.
Em seu momento mais crítico, o congelamento de despesas havia chegado a 34 bilhões de reais neste ano para garantir o cumprimento da meta de déficit primário de 2019, de 139 bilhões de reais.
Com o impulso dado pela arrecadação em leilões de petróleo, o governo não apenas reverteu o bloqueio de recursos integralmente, mas pavimentou caminho para fechar o ano com folga de dezenas de bilhões de reais em relação ao alvo fiscal.
Mais cedo nesta semana, o ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou que o rombo deverá ficar abaixo de 80 bilhões de reais, frente a uma meta de déficit de 139 bilhões de reais.
Este deverá ser o melhor resultado do governo central desde 2014, quando houve déficit primário de 17,2 bilhões de reais. De lá para cá, o Brasil não conseguiu sair do território negativo, no qual deverá permanecer pelo menos até 2021.
A sequência de performances no vermelho tem feito a dívida pública subir, numa mostra do desequilíbrio fiscal que ainda persiste apesar das medidas de ajuste tomadas até aqui.
O Ministério da Defesa foi a pasta que recebeu a maior liberação de recursos neste fim de ano, R$ 3,473 bilhões. Na semana passada, o governo publicou um relatório extemporâneo anunciando a liberação de todos os recursos que haviam sido contingenciados.
No total, os órgãos tiveram R$ 13,976 bilhões liberados. Para a Educação, foram R$ 2,695 bilhões. Para o Desenvolvimento Regional, R$ 1,905 bilhão. A Economia recebeu R$ 1,365 bilhão, e Ciência e Tecnologia, R$ 1,159 bilhão.