Economia

Governo português supera moções de censura no Parlamento

Ambas as moções foram rechaçadas pela coalizão de centro-direita no poder, que conta com 132 dos 230 parlamentares, e graças à abstenção do Partido Socialista


	Parlamento português: "A extrema esquerda não tem uma solução, pelo menos uma que seja compatível com a permanência na UE e na zona do euro", insistiu o primeiro-ministro
 (Osvaldo Gago/Wikimedia Commons)

Parlamento português: "A extrema esquerda não tem uma solução, pelo menos uma que seja compatível com a permanência na UE e na zona do euro", insistiu o primeiro-ministro (Osvaldo Gago/Wikimedia Commons)

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Da Redação

Publicado em 4 de outubro de 2012 às 14h07.

Lisboa - O Governo conservador de Portugal superou nesta quinta-feira com facilidade, graças a sua maioria absoluta, duas moções de censura apresentadas pelos partidos da esquerda marxista, os quais exigem o fim da dura política de austeridade aplicada no país.

Ambas as moções foram rechaçadas pela coalizão de centro-direita no poder, que conta com 132 dos 230 parlamentares, e graças à abstenção do Partido Socialista (PS, 74 deputados) que, no entanto, apresentou uma série de críticas ao primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho.

Só votaram a favor de sua destituição as duas forças responsáveis pelas moções, o Bloco de Esquerda (BI) e o Partido Comunista (PCP) com seu aliado Os Verdes, que conta com 24 deputados e acusa Passos Coelho de levar Portugal "ao desastre" para cumprir as exigências de seu resgate financeiro.

Um clima de forte tensão dominou a sessão parlamentar em um dos debates mais duros da legislatura, que se centrou no novo pacote de austeridade anunciado ontem pelo Executivo, com uma alta de impostos que eleva em 30% a pressão fiscal sobre os cidadãos para reduzir o déficit público em 2013 a 4,5%, como exige a troika.

Neste sentido, Passos Coelho voltou a argumentar que aqueles que rejeitam estes ajustes não propõem alternativas factíveis e "não respondem ao principal problema, o financiamento", que Portugal poderia perder se não completar os compromissos com a Comissão Europeia, o Banco Central Europeu (BCE) e o Fundo Monetário Internacional (FMI) - a chamada troika -, que emprestaram ao país 78 bilhões de euros para evitar sua quebra.

"A extrema esquerda não tem uma solução, pelo menos uma que seja compatível com a permanência na UE e na zona do euro", insistiu o primeiro-ministro, que responsabilizou os "governos anteriores" pelo elevado nível da dívida lusa.

Enquanto as manifestações pediam a renúncia do governo, a oposição de esquerda, os sindicatos, o grêmio empresarial e, inclusive, os dirigentes da própria coalizão no poder também criticaram as últimas medidas de austeridade anunciadas.

Diante desta reprovação geral, o maior sindicato luso, a Confederação Geral de Trabalhadores de Portugal (CGTP, comunista), convocou ontem para o próximo dia 14 de novembro uma greve geral contra a nova política de austeridade de Passos Coelho, a terceira nestes 15 meses no governo. 

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