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Governo pode reduzir meta de inflação de 2017, diz fonte

Segundo fonte, o governo considera reduzir a meta para mostrar ao mercado seu compromisso de combater a inflação elevada

Dragão da inflação: para 2015 e 2016, o governo estabeleceu meta de 4,5% (Getty Images)
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Da Redação

Publicado em 22 de junho de 2015 às 21h36.

Brasília - O governo federal está considerando reduzir sua meta de inflação de 2017 para mostrar ao mercado seu compromisso de combater a inflação elevada, disse à Reuters uma fonte do governo próxima das negociações nesta segunda-feira.

A fonte, que preferiu não ser identificada porque essa discussão não é pública, não quis dizer se o governo pretende estabelecer uma meta mais baixa do que a atual, de 4,5 por cento, ou reduzir o intervalo de tolerância, que fica entre 2,5 por cento e 6,5 por cento.

Para 2015 e 2016, o governo estabeleceu meta de 4,5 por cento, com margem de tolerância de 2 pontos percentuais para baixo ou para cima.

Uma mudança na meta seria a primeira desde 2004, quando o governo diminuiu o intervalo da meta de 2006 de 2,5 pontos percentuais para 2 pontos.

O Conselho Monetário Nacional (CMN), formado pelos ministros da Fazenda e do Planejamento e o presidente do Banco Central, deve se reunir na quinta-feira para decidir sobre a meta.

O Banco Central tem até 30 de junho para estabelecer a meta de 2017, de acordo com a legislação.

"É possível que a meta de 2017 seja revisada", disse a fonte.

"A ideia era trabalhar com metas menores no segundo mandato." A fonte não comentou sobre a possibilidade desta mudança ocorrer na reunião de quinta-feira. Os Ministérios da Fazenda e do Planejamento e o Banco Central não quiseram comentar.

A inflação persistentemente elevada se transformou numa grande dor de cabeça para a presidente Dilma Rousseff, que prometeu fazer tudo para derrubar os preços no segundo mandato iniciado neste ano. A inflação anual subiu para 8,8 por cento no mês até meados de junho.

Em um dos ciclos de aperto mais agressivos do mundo, o BC elevou as taxas de juros em 275 pontos-base desde outubro, apesar do risco de aprofundar o que deve ser uma dolorosa recessão neste ano.

Uma meta menor em 2017 poderia reduzir a pressão sobre o BC para que continue subindo a taxa de juros diante da promessa de baixar a inflação para 4,5 por cento no fim de 2016.

"Se a recepção for favorável (a uma meta menor), o Copom pode, adiante, acenar que, para 2016, 5 por cento está bom", disse o economista-chefe do Banco Fator, José Francisco Gonçalves.

O Brasil tem uma das metas de inflação mais elevadas entre as principais economias emergentes. Vizinhos latino-americanos, como Chile e México, têm metas que ficam no intervalo de 2 a 4 por cento.

São Paulo - A inflação do mês de maio, divulgada hoje pelo IBGE, ficou em 0,74%, levemente acima dos 0,71% registrados em abril. O acumulado dos primeiros 5 meses de 2015 ficou em 5,34%, maior resultado para o período desde 2003 e já superando o centro da meta para o ano inteiro (4,5%). No acumulado de 12 meses, a taxa já está em 8,47%. A explosão da inflação neste primeiro semestre não foi uma surpresa, já que preços administrados que estavam contidos há um bom tempo sofreram reajustes. É o caso da energia elétrica , que subiu 40% só este ano em média, fazendo explodir a alta do grupo Habitação. Já o grupo Transportes sofreu o impacto de altas de dois dígitos em metrô e ônibus urbano.  O foco do Banco Central agora é em trazer a inflação para o centro da meta em 2016, o que não acontece desde 2009. Veja a seguir os 9 grupos monitorados, com a alta no mês, no ano e nos últimos 12 meses.
  • 2. Habitação: EXPLODIU

    2 /11(Germano Luders/EXAME)

  • Veja também

    Altas
    Em maio1,22%
    Em 201511,50%
    Nos últimos 12 meses17,59%
  • 3. Educação: DISPAROU

    3 /11(Camila Souza/ GOVBA)

  • Altas
    Em maio0,06%
    Em 20157,28%
    Nos últimos 12 meses8,42%
  • 4. Despesas pessoais: DISPAROU

    4 /11(Stock.Xchange)

    Altas
    Em maio0,74%
    Em 20154,21%
    Nos últimos 12 meses8,13%
  • 5. Transportes: SUBIU BEM

    5 /11(Wikimedia Commons/A. Júnior)

    Altas
    Em maio-0,29%
    Em 20154,36%
    Nos últimos 12 meses7,03%
  • 6. Alimentação e Bebidas: SUBIU BEM

    6 /11(Dercílio / Saúde)

    Altas
    Em maio1,32%
    Em 20155,94%
    Nos últimos 12 meses8,80%
  • 7. Saúde e cuidados pessoais: SUBIU BEM

    7 /11(Christopher Furlong/Getty Images)

    Altas
    Em maio1,10%
    Em 20154,11%
    Nos últimos 12 meses7,39%
  • 8. Artigos de Residência: SUBIU

    8 /11(Divulgação)

    Altas
    Em maio0,36%
    Em 20151,97%
    Nos últimos 12 meses4,23%
  • 9. Vestuário: SUBIU

    9 /11(Dado Galdieri/Bloomberg)

    Altas
    Em maio0,61%
    Em 20150,80%
    Nos últimos 12 meses3,37%
  • 10. Comunicação: ALIVIOU

    10 /11(Thinkstock)

    Altas
    Em maio0,17%
    Em 2015-0,56%
    Nos últimos 12 meses-1,12%
  • 11 /11(Pedro Kirilos/Riotur)

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