Economia

Governo negocia alongamento de empréstimo das distribuidoras

Empréstimos para as distribuidoras, somados, chegam a R$ 17,8 bilhões e serão cobrados dos consumidores


	Braga: segundo ele, proposta é aumentar o prazo de 24 para 48 meses
 (Geraldo Magela/Agência Senado)

Braga: segundo ele, proposta é aumentar o prazo de 24 para 48 meses (Geraldo Magela/Agência Senado)

DR

Da Redação

Publicado em 29 de janeiro de 2015 às 14h21.

Brasília - O ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, disse nesta quinta-feira, 29, que o governo negocia com um pool de bancos o alongamento do prazo para pagamento dos empréstimos para as distribuidoras que, somados, chegam a R$ 17,8 bilhões e serão cobrados dos consumidores.

Segundo ele, a proposta é aumentar o prazo de 24 para 48 meses.

"Se alongarmos o pagamento, isso diluirá os juros ao longo de mais tempo. Além disso, os juros devem ficar menores, porque a qualidade dos recebíveis das distribuidoras também será melhor (com o reajuste extraordinário das tarifas)", disse o ministro.

Ao deixar a sede do MME, Braga disse ainda que o governo fará uma grande campanha de esclarecimento sobre o regime de bandeiras tarifárias, em vigor desde o início deste mês e que representa um acréscimo na conta luz sempre que a energia gerada no Brasil estiver mais cara. É o caso do atual momento, de estiagem.

"A população precisa saber usar as informações disponíveis para tomar suas decisões de consumo", disse o ministro.

Apagão

O ministro disse ainda que participará amanhã, no Rio de Janeiro, da reunião do conselho do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), na qual deve ser apresentado o relatório sobre a investigação das causas do apagão que atingiu as regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste na segunda-feira da última semana, dia 19.

De acordo com Braga, o secretário executivo do MME, Márcio Zimmermann, e representantes da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) também participarão da reunião.

Segundo Braga, o banco de capacitores que estava desligado em uma linha de transmissão de Furnas e que causava uma restrição na transferência de energia para o Sudeste apresentou problemas, pela primeira vez, em outubro do ano passado e havia registrado outra intercorrência em dezembro.

"O banco de capacitores estava fora de funcionamento, por isso tínhamos de reduzir em 700 megawatts a capacidade de eletricidade que passa naquela linha. Mas, de acordo com o ONS, vários outros sistemas de proteção agiram indevidamente nas usinas que foram desligadas", disse.

Questionado se não houve muita demora no conserto do equipamento, que só voltou a operar no último dia 26, Braga disse que não iria comentar problemas que começaram na gestão anterior do MME.

Após reunião com o presidente da Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica (Abradee), Nelson Leite, para discutir atrasos em obras de geração e transmissão e seus impactos nas contas de distribuidoras, Braga disse que está conversando com empresas que têm obras fora do cronograma.

De acordo com ele, o ministério tem levado adiante discussões sobre formas de acelerar processos de licenciamento ambiental para projetos do setor e estuda, inclusive, alterar mix de combustíveis de usinas térmicas a gás para tentar reduzir os custos da geração dessa eletricidade.

Uma das opções é o maior uso do GNL.

Acompanhe tudo sobre:EmpréstimosEnergiaEnergia elétricaGovernoMinistério de Minas e EnergiaServiços

Mais de Economia

Tesouro adia para 15 de janeiro resultado das contas de novembro

Câmara apresenta justificativa sobre emendas e reitera que Câmara seguiu pareceres do governo

Análise: Inflação preocupa e mercado já espera IPCA de 5% em 2025

Salário mínimo 2025: por que o valor será menor com a mudança de regra