Economia

Governo não renovará desonerações em 2017, diz Meirelles

Meirelles disse ainda que o País está em "uma rota firme de recuperação", mas ressaltou que "não há medidas mágicas" para facilitar o crescimento

Governo: segundo o ministro, já se está visualizando um "certo equilíbrio" na economia no primeiro trimestre de 2017 (Agência Brasil)

Governo: segundo o ministro, já se está visualizando um "certo equilíbrio" na economia no primeiro trimestre de 2017 (Agência Brasil)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 22 de dezembro de 2016 às 14h22.

Brasília - O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, aproveitou o café da manhã do presidente Michel Temer com jornalistas para afirmar nesta quinta-feira, 22, que o governo não deve renovar as desonerações que estejam vencendo durante o ano de 2017.

Meirelles disse ainda que o País está em "uma rota firme de recuperação", mas ressaltou que "não há medidas mágicas" para facilitar o crescimento.

"O momento de reonerar ou aumentar tributos, porque estamos falando no fundo na mesma coisa, não deve ser o momento em que a economia está contraindo fortemente. Você não aumenta a carga tributária no momento em que as empresas estão endividadas, em que as próprias famílias estão endividadas. Isso é negativo pro crescimento", disse o ministro da Fazenda.

"No momento que a economia volte a crescer, sim, é o momento onde vamos olhar com muita atenção essa questão da desoneração. Mas, a princípio, a nossa visão é não renovar - e isso é um dado importante -, não renovar desonerações que estejam vencendo durante o ano de 2017. Porque já esperamos o crescimento da economia do Brasil em 2017", completou Meirelles.

Segundo o ministro, já se está visualizando um "certo equilíbrio" na economia no primeiro trimestre de 2017.

"(A economia) Já equilibra no primeiro trimestre, e crescimento nos trimestres posteriores, portanto, já estamos dentro de uma rota firme de recuperação, baseado em medidas que, de fato, enfrentem as questões fundamentais que são as causas da recessão e do baixo crescimento da economia", comentou o ministro.

O ministro defendeu a adoção de medidas que permitem as empresas produzirem com maior eficácia, além de estimular que os brasileiros trabalhem com mais produtividade. "A questão é como facilitar o crescimento. Não há mágica. Medidas mágicas, bombásticas, demonstraram que não funcionam. Artificialismos não funcionam", disse Meirelles.

Setores

Uma série de desonerações acabará ou ficará menor ao fim deste mês. Concessões de benefícios tributários por leis com data para terminar devem incrementar a arrecadação do governo em 2017, mas os setores afetados ainda se mobilizam para tentar sensibilizar a equipe econômica a manter ao menos parte das medidas em vigor.

O setor sucroalcooleiro luta para não ter a recomposição de PIS/Cofins R$ 0,12 por litro no álcool e quer dividir parte dessa cobrança com a gasolina. Já a indústria busca uma alíquota maior no Reintegra, que subirá para 2% em janeiro.

Acompanhe tudo sobre:Crise econômicaGoverno TemerHenrique Meirelles

Mais de Economia

Pente-fino: Previdência quer fazer revisão de 800 mil benefícios do INSS até o fim do ano

Reino Unido tem rombo de 22 bilhões de libras em contas públicas

Dívida do governo sobe para 77,8% do PIB, maior nível desde novembro de 2021

Focus: Em semana de Copom, mercado sobe projeções do IPCA para 2024 e 2025

Mais na Exame