Governo lança nova política industrial com R$ 300 bi para financiamento até 2026
Parte desse recurso, R$ 106 bilhões, já havia sido anunciada na primeira reunião do Conselho Nacional de Desenvolvimento Industrial (CNDI) em julho do ano passado
Agência de notícias
Publicado em 22 de janeiro de 2024 às 12h53.
Última atualização em 4 de novembro de 2024 às 14h47.
A nova política industrial do governo, chamada de "Nova Indústria Brasil", terá R$ 300 bilhões disponíveis para financiamento até 2026. O lançamento será nesta segunda-feira, 22.
Parte desse recurso, R$ 106 bilhões, já haviam sido anunciada na primeira reunião do Conselho Nacional de Desenvolvimento Industrial (CNDI) em julho do ano passado. Agora, o governo está incorporando ao montante R$ 194 bilhões, provenientes de diferentes fontes de recursos.
A nova política industrial visa impulsionar o desenvolvimento nacional até 2033, de acordo com o Executivo. Os recursos serão geridos pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social ( BNDES ), Finep e Embrapii.
Os montantes serão disponibilizados por meio de linhas específicas, não reembolsáveis ou reembolsáveis, além de recursos por meio de mercado de capitais, em alinhamento aos objetivos e prioridades das missões para promover a neoindustrialização nacional.
O programa a ser lançado nesta segunda-feira prevê a articulação de diversos instrumentos de Estado, como linhas de crédito especiais, ações regulatórias e de propriedade intelectual, além de uma política de obras e compras públicas, com incentivos ao conteúdo local, para estimular o setor produtivo.
A política também lança mão de novos instrumentos de captação, como a linha de crédito de desenvolvimento (LCD), e um arcabouço de novas políticas - como o mercado regulado de carbono e a taxonomia verde.
"A nova política busca melhorar diretamente o cotidiano das pessoas, estimular o desenvolvimento produtivo e tecnológico, ampliar a competitividade da indústria brasileira, nortear o investimento, promover melhores empregos e impulsionar a presença qualificada do país no mercado internacional", informou o governo.
O texto da "Nova Indústria Brasil" será entregue ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva nesta segunda-feira, em evento no Palácio do Planalto.
A política foi produzida ao longo do segundo semestre do ano passado pelos membros do CNDI, que é liderado pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic), e é composto por 20 ministérios, pelo BNDES e 21 entidades representativas da sociedade civil, do setor produtivo e dos trabalhadores. Nesse âmbito, foram definidas metas para cada uma das seis missões que norteiam os esforços até 2033. Para alcançar cada meta, há áreas prioritárias para investimentos e um conjunto de ações propostas.
"Uma outra frente de atuação da Nova Indústria Brasil é a desburocratização para a melhoria do ambiente de negócios. São 41 projetos, sendo 17 a serem executados pelos próximos dois anos pelo CNDI. O objetivo é enfrentar alguns dos principais desafios apresentados pelo setor produtivo, em consulta pública realizada pelo MDIC, para aumentar a produtividade e a competitividade das empresas brasileiras e melhorar o ambiente para investimentos produtivos."
Prioridades e metas
Conforme antecipado pelo Broadcast Político (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado), o governo estabelece na nova política programas e instrumentos para perseguir as seis missões estabelecidas pelo CNDI ainda no ano passado.
São elas: cadeias agroindustriais sustentáveis e digitais para a segurança alimentar, nutricional e energética; complexo econômico industrial da saúde resiliente para reduzir as vulnerabilidades do SUS e ampliar o acesso à saúde; infraestrutura, saneamento, moradia e mobilidade sustentáveis para a integração produtiva e o bem-estar nas cidades; transformação digital da indústria para ampliar a produtividade; bioeconomia, descarbonização e transição e segurança energéticas para garantir os recursos para as gerações futuras; e, por fim, tecnologias de interesse para a soberania e defesa nacionais.
Dentre as metas traçadas até 2033, o governo prevê, por exemplo, alcançar 70% de mecanização dos estabelecimentos de agricultura familiar, com o suprimento de pelo menos 95% do mercado por máquinas e equipamentos de produção nacional.
Para a missão "verde", o Executivo quer reduzir em 30% a emissão de CO2 por valor adicionado da Indústria, e aplicar em 50% a participação dos biocombustíveis na matriz energética de transportes.