As importações totais do G7 e dos Brics cresceram apenas 1,1%, depois de um aumento trimestral registrado de 10,1% em janeiro-março (Robyn Beck/AFP)
Da Redação
Publicado em 30 de junho de 2014 às 14h24.
Brasília - O secretário executivo do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), Alessandro Teixeira, disse nesta segunda-feira que o governo está trabalhando medidas que possam facilitar o acesso de exportadores brasileiros a mercados. Ele disse que não poderia antecipar as medidas porque estão em fase muito preliminar. "Cabe ao MDIC dar mais rapidez às ações para poder ter um bom desempenho (da balança) ainda no ano de 2012", disse.
Segundo ele, o papel do Ministério é apoiar os setores da economia com os instrumentos existentes. "O Brasil não pode fechar a economia, temos que fazer defesa e não proteção. Sempre que notarmos que há distorção grande e espúria na competição, o governo tem que agir através de seus instrumentos", disse. "Não se pode confundir defesa da indústria com proteção. Precisamos avançar na política industrial", enfatizou.
O secretário executivo lembrou que o Brasil já negocia com os países do Mercosul uma lista com 200 produtos que terão elevação do Imposto de Importação. Segundo ele, esse é mais um mecanismo de defesa contra a crise. A secretária de Comércio Exterior do MDIC, Tatiana Prazeres, informou que na consulta pública sobre essa lista o Ministério recebeu cerca de 300 pleitos para compor o documento. Ela destacou também que essa elevação é temporária, até 2014, e deve entrar em vigor no segundo semestre.
Teixeira disse também que espera que o câmbio possa impactar positivamente algumas exportações de manufaturados nos próximos meses. No entanto, ponderou, não deve mudar a dinâmica e a tendência das exportações brasileiras. Ele destacou que o efeito do câmbio vai depender da recuperação das economias mundiais, caso contrário o impacto será neutro.
O secretário afirmou que a maior queixa dos empresários atualmente é a dificuldade de acesso a mercados por causa da baixa demanda. Ele disse que ainda assim a balança comercial terá superávit este ano, mas não quis arriscar uma estimativa. "Não consigo mensurar o tamanho do superávit. Não consigo ter uma previsibilidade clara do que vai acontecer em dois ou três meses. O mercado externo tem muita volatilidade", afirmou.
Sobre a Argentina, o secretário disse que o comércio bilateral deve melhorar este mês em função das negociações recentes para a retirada de barreiras, porém, avaliou que a desacelaração do comércio entre os dois países é efeito da crise internacional.