Exame logo 55 anos
Remy Sharp
Acompanhe:

Governo estuda antecipar debate sobre meta de inflação

As crescentes reclamações de Lula de que os juros de 13,75% estão sufocando a economia têm feito com que membros da equipe econômica defendam antecipar essa discussão e possivelmente aumentar as metas

Modo escuro

Lula, diante de uma economia enfraquecida que ameaça sua capacidade de cumprir as promessas de campanha, intensificou as críticas ao BC nas últimas semanas (SERGIO LIMA/AFP/Getty Images)

Lula, diante de uma economia enfraquecida que ameaça sua capacidade de cumprir as promessas de campanha, intensificou as críticas ao BC nas últimas semanas (SERGIO LIMA/AFP/Getty Images)

B
Bloomberg

Publicado em 9 de fevereiro de 2023, 15h03.

A equipe econômica estuda antecipar uma revisão das metas de inflação do país na tentativa de acalmar as tensões entre o Banco Central e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que vem pressionando publicamente por taxas de juros mais baixas, segundo duas pessoas com conhecimento do assunto.

O Conselho Monetário Nacional, órgão do governo responsável por definir essas metas, tradicionalmente realiza a discussão sobre o assunto em junho, quando se espera definir uma meta para 2026.

Mas as crescentes reclamações de Lula de que os juros de 13,75% estão sufocando a economia têm feito com que membros da equipe econômica defendam antecipar essa discussão e possivelmente aumentar as metas, atualmente fixadas em 3,25% para 2023 e 3% para os dois anos seguintes, disseram as pessoas, que pediram anonimato porque a discussão não é pública.

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, seria a favor de uma meta mais alta, disseram as pessoas. Ele tem assento no conselho, juntamente com os ministros da Fazenda, Fernando Haddad, e do Planejamento, Simone Tebet. A próxima reunião do conselho está marcada para 16 de fevereiro.

O Banco Central não quis comentar. O Ministério da Fazenda informou que não antecipa pautas e nem temas que serão discutidos no CMN. A manifestação será feita após a reunião, na divulgação dos votos, com os resultados, segundo a Fazenda. O Ministério do Planejamento não respondeu imediatamente a um pedido de comentário.

Lula, diante de uma economia enfraquecida que ameaça sua capacidade de cumprir as promessas de campanha, intensificou as críticas ao BC nas últimas semanas. Ele questionou uma lei que deu ao banco a tão almejada autonomia em 2021 e pediu a empresários que se juntem a ele para protestar contra o nível das taxas de juros.

Em entrevista à TV em 18 de janeiro, o presidente disse que a meta de inflação ideal para um país emergente como o Brasil é de 4,5%, a mesma que vigorou durante seus dois mandatos anteriores.

Mesmo que concorde em aumentar a meta de inflação, é improvável que o conselho monetário chegue a fixar novamente a meta de 4,5%, já que tal nível contribuiria para a indexação da economia brasileira, disse uma das pessoas.

Por outro lado, uma meta de inflação ligeiramente mais alta permitiria ao Banco Central começar a cortar as taxas de juros mais rapidamente, disseram as pessoas. A autoridade monetária informou que manterá a taxa básica de juros Selic em seu nível atual até que as expectativas de inflação retornem às metas.

Últimas Notícias

ver mais
Congresso está absolutamente maduro para votar reforma tributária, diz Haddad
Economia

Congresso está absolutamente maduro para votar reforma tributária, diz Haddad

Há 6 horas
Biden garante que os EUA não vão entrar em default
Economia

Biden garante que os EUA não vão entrar em default

Há 7 horas
Galípolo diz que juros longos devem bater mínimas nesta semana
Economia

Galípolo diz que juros longos devem bater mínimas nesta semana

Há 7 horas
Presidente do BC destaca votação "estrondosa" do arcabouço fiscal e queda dos juros longos
Economia

Presidente do BC destaca votação "estrondosa" do arcabouço fiscal e queda dos juros longos

Há 8 horas
icon

Branded contents

ver mais

Conteúdos de marca produzidos pelo time de EXAME Solutions

Exame.com

Acompanhe as últimas notícias e atualizações, aqui na Exame.

leia mais