Economia

Governo avalia reduzir superávit de estados e municípios

Por lei, os governos regionais devem economizar 6,6 bilhões de reais em 2016 para o pagamento de juros da dívida pública


	Arrecadação: o ministério da Fazenda calcula que, para um ano, esse alongamento daria um alívio fiscal de cerca de 9,4 bilhões de reais
 (Marcos Santos/USP Imagens)

Arrecadação: o ministério da Fazenda calcula que, para um ano, esse alongamento daria um alívio fiscal de cerca de 9,4 bilhões de reais (Marcos Santos/USP Imagens)

DR

Da Redação

Publicado em 3 de março de 2016 às 20h05.

Brasília - O governo federal avalia a redução da meta de superávit primário de estados e municípios em 2016, afirmaram à Reuters nesta quinta-feira duas fontes com conhecimento do assunto, no que seria mais uma medida de flexibilização fiscal este ano diante de um quadro de recessão afetando a arrecadação.

Por lei, os governos regionais devem economizar 6,6 bilhões de reais em 2016 para o pagamento de juros da dívida pública.

Segundo uma fonte da equipe econômica, a redução desse alvo está ligada ao tempo de aprovação pelo Congresso do alongamento da dívida de estados com a União em 20 anos.

O ministério da Fazenda calcula que, para o fechado de um ano, esse alongamento daria um alívio fiscal de cerca de 9,4 bilhões de reais aos estados.

Mas a proposta, que prevê como contrapartida a adoção de uma série de medidas de maior rigor fiscal por parte desses entes, segue em debate com governadores.

A Fazenda prevê enviar ao Congresso projeto de lei complementar sobre o tema até o fim deste mês. Mas o real espaço fiscal que será criado para os estados ainda depende de sua aprovação por parte dos parlamentares.

Sem essa folga para gastar em mais um ano para o qual as expectativas são de novo recuo na economia, os estados ficariam sem recursos para cumprir a meta de superávit --daí a proposta de redução do alvo.

"(A redução da meta) depende da data da aprovação no Congresso, o impacto pode ser marginal em 2016", afirmou uma fonte da equipe econômica, falando sobre a sobra de caixa que os estados teriam com o alongamento das dívidas ainda este ano.

Uma fonte do Congresso afirmou que a análise sobre a flexibilização da meta fiscal para estados e municípios continua em curso, podendo ser anunciada após o fim do segundo bimestre, quando o governo deve publicar novo relatório com suas estimativas para o comportamento de despesas e receitas no ano.

Nova revisão

Em fevereiro, o governo propôs que apenas a meta de superávit do governo central (formado por governo federal, Banco Central e Previdência) possa ser revertida a um déficit de até 60,2 bilhões de reais, principalmente por abatimentos com frustração de receitas.

Uma outra flexibilização, agora para estados e municípios, reduziria ainda mais a meta de superávit primário para o setor público consolidado.

A meta de superávit primário para o setor público consolidado em 2016 foi fixada em 30,6 bilhões de reais, ou 0,5 por cento do Produto Interno Bruto (PIB).

Do total, 24 bilhões de reais dizem respeito à economia que deveria ser feita pelo governo central, com o restante cabendo a estados e municípios.

Acompanhe tudo sobre:cidades-brasileirasDívida públicaeconomia-brasileiraEstados brasileirosImpostosLeão

Mais de Economia

Boletim Focus: mercado eleva estimativa de inflação para 2024 e 2025

Oi recebe proposta de empresa de tecnologia para venda de ativos de TV por assinatura

Em discurso de despedida, Pacheco diz não ter planos de ser ministro de Lula em 2025

Economia com pacote fiscal caiu até R$ 20 bilhões, estima Maílson da Nóbrega