Para governador de São Paulo, trem-bala é "desnecessário e elitista"
São Paulo - O governador de São Paulo, Alberto Goldman, disse nesta sexta-feira (30) que o trem de alta velocidade (TAV), projetado para ligar as cidades de São Paulo, Campinas e Rio de Janeiro, é "absolutamente desnecessário". Goldman disse ficar indignado diante do projeto de se investir R$ 33 bilhões em um meio de transporte […]
Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h42.
São Paulo - O governador de São Paulo, Alberto Goldman, disse nesta sexta-feira (30) que o trem de alta velocidade (TAV), projetado para ligar as cidades de São Paulo, Campinas e Rio de Janeiro, é "absolutamente desnecessário". Goldman disse ficar indignado diante do projeto de se investir R$ 33 bilhões em um meio de transporte que, segundo ele, só atenderá à "elite da elite".
"Este é um caso típico do mundo da fantasia", afirmou Goldman, durante cerimônia de inauguração de um corredor exclusivo para ônibus, que ligará a capital e a cidade de Diadema, na região do ABCD paulista.
Após destacar a necessidade de investimentos na rede ferroviária de regiões metropolitanas, Goldman criticou o governo federal por dar prioridade a um projeto que, na sua avaliação, é elitista, comparando os gastos do governo paulista com a estimativa de custo da instalação do trem-bala.
"Só neste corredor [de ônibus] vão passar 85 mil pessoas por dia. O trem ligando São Paulo ao Rio prevê (transportar) 50 mil pessoas por dia. Isso aqui custou R$ 24 milhões. A estimativa é que o trem-bala custe R$ 35 bilhões", disse o governador, alegando que o projeto federal é algo "absolutamente suplementar e luxuoso, de que o povo não precisa".
Na última quarta-feira (28), o ministro dos Transportes, Paulo Sérgio Passos, já havia respondido críticas ao projeto, alegando que elas representam um “falso dilema” já que, segundo ele, a maior parte dos investimentos virá da iniciativa privada. De acordo com o ministro, dos R$ 33 bilhões previstos para a construção da obra, R$ 3,4 bilhões serão do Tesouro e o restante virá dos empreendedores responsáveis pela iniciativa, que poderão também tomar empréstimos públicos ou trazer fundos de outros países.