Goldman Sachs vê risco de calote e de candidato outsider
Trajetória fiscal é "sombria" e nem as eleições de 2018 já servem como ponto de segurança, diz relatório lançado nesta semana pelo banco
João Pedro Caleiro
Publicado em 24 de fevereiro de 2016 às 16h20.
São Paulo - A economia brasileira "pode piorar ainda mais antes de melhorar" e o risco de calote aumentou, de acordo com o banco americano Goldman Sachs .
"Há uma percepção crescente nos analistas e investidores locais de que o Brasil está em uma trajetória que eventualmente levaria à insolvência fiscal no médio prazo, e a maior preocupação é que as autoridades ainda não mostraram uma forte vontade ou a força política para lidar de forma bem-sucedida com estes desafios crescentes".
O texto assinado por Alberto Ramos, diretor de pesquisa para a América Latina, resume as conclusões de uma visita de três dias ao país que incluiu encontros com autoridades, analistas e outras figuras de relevo.
O cenário traçado para 2016 é de queda do PIB entre 3% e 4%, inflação acima de 7%, dólar entre R$ 4,30 e R$ 4,40 e aumento do desemprego para dois dígitos, o que é "socialmente e politicamente desafiador".
Fiscal e político
Com a rigidez do gasto e resistência a novos impostos, enfrentar o problema fiscal será "muito difícil" e a perspectiva para reformas de médio prazo são "sombrias", diz o banco.
A previsão é de um novo déficit de até 1% do PIB em 2016 com a dívida pública chegando a 80% do PIB em 2016, algo que o governo vê com "perturbadora falta de urgência", diz o texto.
Isso sem falar nos riscos e incertezas gerados pela Operação Lava Jato e pela batalha do impeachment, com possibilidade de anulação da eleição pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral).
O banco não espera que a presidente seja retirada, mas também não vê mais a eleição presidencial de 2018 como ponto inequívoco de esperança:
"Dado o desencantamento e a rejeição ao status-quo político, os locais veem um risco crescente da emergência de um candidato populista outsider de fora do establishment."
O relatório divulgado ontem já previa o rebaixamento pela Moody's, confirmado hoje, e também destaca dois pontos positivos do momento atual: a melhora das contas externas e a resiliência do nível de investimento estrangeiro direto.
São Paulo - A economia brasileira "pode piorar ainda mais antes de melhorar" e o risco de calote aumentou, de acordo com o banco americano Goldman Sachs .
"Há uma percepção crescente nos analistas e investidores locais de que o Brasil está em uma trajetória que eventualmente levaria à insolvência fiscal no médio prazo, e a maior preocupação é que as autoridades ainda não mostraram uma forte vontade ou a força política para lidar de forma bem-sucedida com estes desafios crescentes".
O texto assinado por Alberto Ramos, diretor de pesquisa para a América Latina, resume as conclusões de uma visita de três dias ao país que incluiu encontros com autoridades, analistas e outras figuras de relevo.
O cenário traçado para 2016 é de queda do PIB entre 3% e 4%, inflação acima de 7%, dólar entre R$ 4,30 e R$ 4,40 e aumento do desemprego para dois dígitos, o que é "socialmente e politicamente desafiador".
Fiscal e político
Com a rigidez do gasto e resistência a novos impostos, enfrentar o problema fiscal será "muito difícil" e a perspectiva para reformas de médio prazo são "sombrias", diz o banco.
A previsão é de um novo déficit de até 1% do PIB em 2016 com a dívida pública chegando a 80% do PIB em 2016, algo que o governo vê com "perturbadora falta de urgência", diz o texto.
Isso sem falar nos riscos e incertezas gerados pela Operação Lava Jato e pela batalha do impeachment, com possibilidade de anulação da eleição pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral).
O banco não espera que a presidente seja retirada, mas também não vê mais a eleição presidencial de 2018 como ponto inequívoco de esperança:
"Dado o desencantamento e a rejeição ao status-quo político, os locais veem um risco crescente da emergência de um candidato populista outsider de fora do establishment."
O relatório divulgado ontem já previa o rebaixamento pela Moody's, confirmado hoje, e também destaca dois pontos positivos do momento atual: a melhora das contas externas e a resiliência do nível de investimento estrangeiro direto.