Economia

Geração lockdown? Mais de 1 em cada 6 jovens estão sem trabalho, diz OIT

De acordo a OIT, jovens estão sendo duramente impactados pelos efeitos do novo coronavírus na economia, o que pode aumentar a desigualdade no longo prazo

Jovem usa máscara contra o coronavírus: mais de um em cada seis jovens pararam de trabalhar em razão da pandemia, calcula OIT (Gleb Garanich/Reuters)

Jovem usa máscara contra o coronavírus: mais de um em cada seis jovens pararam de trabalhar em razão da pandemia, calcula OIT (Gleb Garanich/Reuters)

Gabriela Ruic

Gabriela Ruic

Publicado em 27 de maio de 2020 às 11h41.

Última atualização em 27 de maio de 2020 às 13h25.

Segundo a Organização Mundial do Trabalho (OIT), a pandemia do novo coronavírus fez com que mais de um em cada seis jovens deixaram de trabalhar durante a crise do coronavírus e, entre os que estão empregados, as horas trabalhadas foram reduzidas em 23%.

Para a entidade, a pandemia fez emergir uma nova geração, a “geração lockdown”, em referência aos jovens afetados pelas medidas de confinamento impostas mundo afora, especialmente os que estão sem trabalho em razão dos impactos da doença na economia.

Os dados são da quarta edição do relatório “COVID-19 e o mundo do trabalho”, divulgada nesta quarta-feira, 27, pela OIT, que considera como jovens as pessoas com idades entre 14 e 24 anos. O estudo lembra que 178 milhões de jovens trabalhadores em todo o mundo estavam empregados nos setores mais afetados pela pandemia (manufatura, serviços e varejo) e 328 milhões dos jovens eram informais.

Antes da crise, a situação dos jovens já não era ideal: os “nem-nem” (nem trabalha, nem estuda) representavam um grupo de 267 milhões de pessoas. Além disso, a taxa de desemprego global para o grupo estava em 13,6%, percentual alto até na comparação com o que foi observado durante a crise financeira em 2007, 12,3%.

“Mesmo nos melhores momentos, os jovens são mais propensos ao desemprego ou empregos de baixa qualidade. Contudo, a covid-19 está impactando essas pessoas mais rapidamente e com muita força”, escreve a OIT.

A entidade tem muitas razões para temer os dados na pandemia nesse grupo, que, além de não estar trabalhando, não está estudando, participando de treinamentos e vai enfrentar mais obstáculos para voltar ao mercado de trabalho ou a busca por vagas melhores.

“Essa exclusão trará efeitos duradouros e é uma das maiores ameaças para a sociedade hoje”, nota a OIT. “A combinação da falta de trabalho e formação ameaça a qualidade e a quantidade das oportunidades e irá exacerbar as desigualdades que já existem entre os países”.

Acompanhe tudo sobre:CoronavírusEpidemiasMercado de trabalhoOIT

Mais de Economia

Oi recebe proposta de empresa de tecnologia para venda de ativos de TV por assinatura

Em discurso de despedida, Pacheco diz não ter planos de ser ministro de Lula em 2025

Economia com pacote fiscal caiu até R$ 20 bilhões, estima Maílson da Nóbrega

Reforma tributária beneficia indústria, mas exceções e Custo Brasil limitam impacto, avalia o setor